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Antibiótico não alivia tosse, diz estudo

Em pesquisa, alívio de sintomas relacionados a infecções pulmonares não foi diferente entre quem fez uso de amoxicilina e quem recebeu placebo

Por Da Redação
19 dez 2012, 12h50

A amoxicilina, antibiótico frequentemente prescrito a pacientes com infecções no trato respiratório, não é eficaz em tratar sintomas do problema, como a tosse persistente, por exemplo. Mais do que isso, o uso excessivo desse tipo de medicamento pode ser prejudicial, uma vez que entre seus possíveis efeitos adversos estão vômito, diarreia e o desenvolvimento de resistência a remédios. De acordo com um estudo da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, publicado na revista médica The Lancet, porém, o uso desse antibiótico não deve ser dispensado quando há suspeita de pneumonia.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Amoxicillin for acute lower-respiratory-tract infection in primary care when pneumonia is not suspected: a 12-country, randomised, placebo-controlled trial

Onde foi divulgada: revista The Lancet

Quem fez: Paul Little, Beth Stuart, Michael Moore e equipe

Instituição: Universidade de Southampton, Grã-Bretanha

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Dados de amostragem: 2.061 adultos com tosse persistente há mais de 28 dias

Resultado: Em comparação com placebo, a amoxicilina não surte melhora significativa nos sintomas de infecções pulmonares não graves (sem suspeita de pneumonia) em pacientes com tosse persistente

A infecção do trato respiratório, ou pulmonar, costuma ser tratada com cuidados primários de saúde. Embora a maior parte dessas infecções seja atribuída a vírus, ainda não é totalmente comprovado se antibióticos são, de fato eficazes em combater a condição. Até agora, segundo o artigo, os resultados de estudos feitos em torno desse assunto foram conflitantes.

A nova pesquisa avaliou 2.061 adultos de 12 países europeus diferentes que apresentaram alguma infecção pulmonar e tosse persistente há mais de 28 dias. Parte dessas pessoas foi aleatoriamente designada a um tratamento com amoxicilina e o restante recebeu placebo. Os sintomas dos pacientes foram avaliados no início do estudo e eles mantiveram um diário onde relataram a melhora, ou o avanço, desses quadros, como tosse, nariz entupido e falta de ar.

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Eficácia baixa – De acordo com os resultados, a diferença da gravidade e da duração dos sintomas entre os dois grupos foi muito pequena, inclusive para pacientes com mais de 60 anos. Embora a melhora dos sintomas tenha sido observada nos pacientes que receberam o antibiótico, esse número não foi estatisticamente significativo. Além disso, as pessoas que fizeram uso de antibióticos foram mais propensas a apresentar efeitos adversos como náuseas e diarreias do que os indivíduos que receberam placebo.

“Nossos resultados mostram que as pessoas podem melhorar por conta própria. No entanto, como há um pequeno número de pacientes que se beneficia com o antibiótico, é preciso identificar quem são eles e o motivo pelo qual isso acontece”, afirma Paul Little, que coordenou a pesquisa.

Em um comentário que acompanhou o estudo, Philipp Schuetc, pesquisador da Universidade de Basel, na Suíça, afirmou que “Little e seus colegas vêm divulgando dados convincentes que deveriam encorajar médicos de cuidados primários a absterem-se de receitar antibióticos a pacientes com baixo risco de saúde e sem suspeita de pneumonia”. O especialista ainda afirmou que é importante encontrar formas de identificar quem são os pacientes que se beneficiam de antibióticos para evitar efeitos tóxicos e adversos entre aqueles que não obtêm tal benefício.

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