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Alternar cidades em quarentena pode ser solução para SP, diz estudo

Estudo brasileiro que ainda carece de revisão sugere alternativa para controlar a doença sem prejudicar a economia

Por Da redação
Atualizado em 25 Maio 2020, 17h47 - Publicado em 25 Maio 2020, 12h55

Uma estratégia eficaz para proteger o sistema de saúde sem prejudicar a economia no estado de São Paulo seria alternar o período de quarentena nas cidades paulistas. De acordo com um modelo proposto por pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), a decisão sobre a quarentena precisa considerar as diferenças entre as cidades.

A evolução da doença não ocorre em todas as cidades da mesma forma e na mesma velocidade. Além disso, os municípios têm dinâmicas populacionais, necessidades econômicas e estruturas de saúde muito diferentes. O período de quarentena decretado no estado de São Paulo, que vale para todos os municípios, está previsto para ser relaxado a partir de 31 de maio. No entanto, como o vírus continuará a circular, é provável que novas medidas de distanciamento deverão ser implementadas em um futuro próximo.

Pesquisas mostram que, sem uma vacina, períodos de distanciamento social precisarão ser alternados com etapas de relaxamento pelos próximos dois anos para preservar a capacidade do sistema quando o número de infectados começar a subir. De acordo com os autores, “isso é problemático porque as economias dos países em desenvolvimento não conseguem lidar com tais bloqueios prolongados”.

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Como solução para esse problema, os pesquisadores desenvolveram um modelo que considera fatores como a população de cada cidade,  a mobilidade de pessoas entre os municípios, a infraestrutura de saúde de cada local e a evolução da doença na região ao longo do tempo, e sugere o nível e a duração ideais da quarentena em cada local e as possíveis medidas a serem implementadas para garantir que o número de infectados fique dentro da capacidade de atendimento do sistema de saúde.

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Isso permite orquestrar estratégias de quarentena a fim de evitar que todas as cidades tenham um mesmo nível e período de quarentena. Para exemplificar seu modelo, os pesquisadores fizeram projeções para as maiores cidades do estado de São Paulo. Os resultados mostraram que se a política de quarentena vigente for mantida até o final de junho, com a atual taxa de contágio, o pico do número de pessoas infectadas na capital paulista será atingido no início de julho. Já na Grande São Paulo, isso acontece em agosto.

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Nesse cenário, mais de 2% da população estaria infectada e o sistema de saúde entraria em colapso. A estimativa otimista dos pesquisadores indica que o sistema de saúde de São Paulo tem uma capacidade máxima de atender 1,5% da população infectada, já incluindo os hospitais de campanha.

Com base nessa estimativa, as simulações da equipe de cientistas busca manter as porcentagens máximas do número de infectados em 1,5% para a cidade de São Paulo e em 0,7% para o interior e prorrogar a quarentena na capital até o final de agosto, de modo a proteger o sistema de saúde.

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A maioria das cidades da Grande São Paulo poderia iniciar o distanciamento intermitente quinzenal a partir de meados de agosto – duas semanas de distanciamento, seguidas de 15 dias de vida normal. Nesse período, as cidades devem alternar entre si o período em que estão em quarentena e em relaxamento, para garantir a manutenção da atividade econômica.

Municípios como Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto poderiam iniciar a quarentena duas semanas após os municípios da Região Metropolitana de São Paulo, que se estenderia até o final de setembro. Em seguida, passam a alternar duas semanas de isolamento com o mesmo período de vida normal.

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Em seu sistema, os pesquisadores consideraram tanto o número de casos oficiais registrados pelo Ministério da Saúde quanto a subnotificação. A estimativa é que a cada caso confirmado da doença existam mais 12 não notificados.

Os códigos-fonte foram disponibilizados na plataforma GitHub para possibilitar o acesso aos tomadores de decisão de cidades interessados em utilizá-los. Eles alertam também para a importância de utilizar dados precisos para melhor precisão das estimativas. O estudo está publicado na plataforma medRxiv e ainda precisa ser revisado por pares.

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