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África do Sul monitora nova variante com taxa de mutação incomumente alta

De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, a frequência da cepa, conhecida como C.1.2, aumentou nos últimos meses

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2021, 20h41 - Publicado em 31 ago 2021, 19h04
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  • Cientistas na África do Sul estão monitorando uma nova variante do coronavírus. Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis do país, a C.1.2 apresenta uma taxa de mutação singularmente alta – duas vezes maior que as outras variantes globais – e, embora represente menos de 3% dos genomas sequenciados no país, sua frequência aumentou gradualmente nos últimos meses.

    Um número maior de mutações não equivale, necessariamente, a uma maior periculosidade. Muitas vezes, as mutações podem até mesmo enfraquecer o vírus. Mas a C.1.2 chamou a atenção dos pesquisadores por carregar mutações semelhantes às observadas em variantes de preocupação ou VOC, na sigla em inglês, como a alpha (identificada no Reino Unido), beta (África do Sul) e gamma (Brasil), incluindo mudanças que tornaram essas cepas mais transmissíveis e com capacidade de escapar da resposta imunológica.

    LEIA TAMBÉM: Como surge uma variante do coronavírus?

    No entanto, não se sabe se a nova variante é mais perigosa. Por isso, ela ainda não é considerada uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cepas assim classificadas, como a delta, são aquelas que apresentam aumento da transmissibilidade, virulência ou mudança na doença clínica e diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, como vacinas. Já as variantes de interesse são aquelas que demonstraram causar transmissão na comunidade em vários grupos e que foram detectadas em vários países, mas ainda não necessariamente provaram ser mais virulentas ou transmissíveis.

    “No momento, estamos avaliando o impacto desta variante na neutralização de anticorpos após a infecção por SARS-CoV-2 ou vacinação contra SARS-CoV-2 na África do Sul”, escreveram os pesquisadores em um relatório publicado na plataforma medRxiv, que reúne artigos antes de sua revisão por pares e publicação em revistas científicas.

    A nova variante foi identificada pela primeira vez em maio e representava apenas 0,2% dos casos. Atualmente, ela está presente em todas as províncias da África do Sul, mas corresponde a menos de 3% dos genomas sequenciados no país. A C.1.2 também foi detectada na China, Ilhas Maurício, Nova Zelândia e Grã-Bretanha.

    A variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, ainda é responsável pela maioria dos novos casos de coronavírus diagnosticados na África do Sul. O país é o mais afetado pela pandemia no continente, com mais de 2,7 milhões de casos de Covid-19 confirmados e 81.830 mortes. A variante beta gerou uma segunda onda de infecções entre dezembro e janeiro, e o país agora enfrenta uma terceira onda causada pela variante delta.

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