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Adolescente morre ao contrair superbactéria no Espírito Santo

O Staphylococcus aureus está presente na pele humana, mas existe um risco de infecções graves ao atingir a corrente sanguínea. Entenda como age a bactéria

Por Marina Felix 4 abr 2017, 20h03

Lara Furno, uma adolescente do Espírito Santo, morreu na madrugada do último domingo, um dia antes de completar 15 anos, após contrair uma bactéria resistente a medicamentos. A garota estava internada desde quinta-feira no Hospital da Unimed Vitória, quando sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. Dias antes da internação, Lara havia sido atendida duas vezes, recebendo pela primeira vez o diagnóstico de rinite e, na segunda, de bronquite. De acordo com a família, ao ser internada, a garota apresentava frequência cardíaca acelerada e a extremidade dos dedos roxos, por consequência da falta de oxigenação.

A superbactéria

A bactéria, no caso, é o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, sigla em inglês), que pode causar problemas independente de sua resistência à antibióticos, de acordo com Artur Timerman, chefe do serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos. “Essa bactéria está presente na pele humana e até mesmo na mucosa nasal. A rinite pode favorecer a cultura dessa bactéria em até 20 vezes, mas isso não é necessariamente um problema”, explica. São as opções reduzidas de antibióticos que a torna resistente e não sua capacidade de se multiplicar.

As infecções na pele são as mais comuns, por ser sua porta de entrada. No entanto, o risco está na penetração pela corrente sanguínea e outros órgãos. Ela tem capacidade de invadir o organismo e espalhar toxinas com maior rapidez do que as outras – por isso é considerada uma superbactéria. O surgimento de pequenas lesões na pele pode propiciar a entrada, podendo causar infecções fulminantes em alguns pacientes, como foi o caso da adolescente.

Uso de antibióticos

A transmissão é feita pelo contato entre as pessoas, principalmente pelas mãos e objetos compartilhados, e muito frequente em hospitais. “Infelizmente, o Staphylococcus faz parte do dia a dia da prática médica. Não é incomum”, conta Timerman. O uso indiscriminado de antibióticos também pode ser uma das causas pela qual infecções causadas pela bactéria tem sido cada vez mais relatadas. Uma vez resistente, a bactéria se dissemina na comunidade.

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Prevenção

O risco de doenças em pessoas saudáveis é muito baixo, mas ela pode acontecer. “A infecção depende de uma série de fatores, tanto das características da bactéria quanto do paciente e sua suscetibilidade imunológica. Nosso organismo é um campo minado”, explica o infectologista. No entanto, não há motivo para pânico. É possível prevenir a contaminação com simples cuidados básicos de higiene, principalmente se houver machucados na pele: lavar as mãos, alimentos e feridas é essencial.

O caso de Lara

“É de contaminação comunitária. Está na rua. Não é um surto. É azar mesmo. É uma bactéria muito resistente, que atinge principalmente vias aéreas e vai se disseminando pelo corpo e causa um choque séptico (sepsemia). E por causa disso ela faleceu”, contou à Gazeta Online o irmão da adolescente e estudante de medicina, Felipe Furno.

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