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A felicidade traz saúde, comprova estudo. E o que é preciso para ser feliz

Os felizes ficam menos doentes. E a condição não está associada a dinheiro, mas a fatores, como ser altruísta, aprender a perdoar e ter religião

Por Letícia Passos
Atualizado em 4 jun 2024, 16h41 - Publicado em 29 jun 2018, 13h42

A felicidade é um fator fundamental para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, revela levantamento inédito realizado pela empresa de pesquisa CVA Solutions. O trabalho mostrou que 67% dos entrevistados que se dizem muito felizes afirmam ter saúde boa ou excelente, independentemente da idade.

Felicidade, saúde e prevenção

De acordo com a pesquisa, entre os participantes que se afirmaram felizes, 40% tem Índice de Massa Corpórea (IMC) normal e 51% praticam atividade físicas pelo menos três vezes por semana. A felicidade também está associada à prevenção: 64% dessas pessoas visitam algum médico regularmente e 14,4% participam dos programas de prevenção. Mais dados importantes: 73% dos entrevistados “felizes” não têm doenças crônicas – apenas 7,8% são hipertensos -, e esperam viver até os 91 anos, bem mais do que a expectativa média de vida do brasileiro, que é de 75,8 anos.

Os resultados também apontam que os indivíduos mais felizes são do sexo masculino (31,5%), sendo também os que apresentam mais saúde e bem estar (41,7%). Entre as pessoas acima dos 56 anos, saúde e felicidade estão conectadas: 50,5% e 36,6%, respectivamente. Já entre os jovens, a saúde é mais predominante (42,1%) do que a satisfação com a vida (30,9%).

Dinheiro traz felicidade?

O mais impressionante é que o fator financeiro não foi definitivo. De acordo com Sandro Cimatti, diretor da empresa de pesquisa, a diferença de renda familiar entre as pessoas que se classificaram como felizes foi pequena em relação aos que não afirmaram o mesmo. Dados da pesquisa mostraram que a renda média dos “muito felizes” e “muito saudáveis” estava entre R$ 6.100,00 e R$ 6.200,00; já os mais insatisfeitos ou pouco saudáveis, a renda era de R$ 4.900,00 a R$ 5.100,00.

Jeanette Bicknell, filosofa canadense, autora do livro “Why Music Moves Us” (Por que a música nos toca, em tradução livre) apontou que é mais provável que a felicidade de uma pessoa melhore a partir do modo como ela investe o próprio tempo e não o quanto ela ganha por mês. “Uma vez que as pessoas tenham dinheiro suficiente para suprir suas necessidades básicas, ter mais dinheiro não está necessariamente correlacionado com uma maior felicidade”, escreveu em post do blog Nautil.

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O que traz felicidade?

Uma pesquisa realizada em 2016,  pela própria CVA Solutions  mostrou que a felicidade está associada a uma série de fatores, como o estabelecimento de objetivos de vida (assim como atingi-los), praticar atividades físicas, ser altruísta, ter atitudes mentais positivas, como aprender a perdoar o próximo e ser otimista, por exemplo; assim como ter uma religião. “Existe uma série de atitudes e comportamentos, da maneira como se encara a vida que trazem mais felicidade. Ao observar essas pessoas percebemos que elas, de fato, têm mais saúde e menos doenças crônicas”, comentou Cimatti.

Já a psicanalista Adriana Cruz Pollara, de São Paulo, diz que a felicidade pode influenciar na saúde física, mas apenas uma mente saudável pode vivenciar este sentimento. “As duas estão muito ligadas. A saúde mental é muito importante para que as pessoas mantenham hábitos saudáveis e pratiquem atividades físicas. Ela também é importante para enfrentar os desafios diários. A felicidade em si é um conjunto desses fatores”, disse.

Alcançando a felicidade

Segundo o The Independent, um estudo publicado no ano passado aponta que pessoas que vivem em áreas metropolitanas têm maior probabilidade de levar uma vida mais feliz e ativa se comparado aos que moram em regiões suburbanas. A pesquisa, conduzida por pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Hong Kong, avaliou a saúde de 419.562 indivíduos de 22 cidades britânicas.

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Jeanette afirma ainda que a pessoa que mora em grandes centros urbanos tende a ser mais feliz. Isso porque ela tem maior oferta de ocupações diárias e se sente mais útil. Muito tempo ocioso pode trazer sensação de inutilidade.

 

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