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Rafaela Silva: “No Brasil, só vale ouro”

Judoca fala das crônicas dificuldades de patrocínio, da violência carioca e do reality show esportivo de que faz parte

Por Isabela Izidro Atualizado em 12 ago 2017, 06h00 - Publicado em 12 ago 2017, 06h00

Você e Sarah Menezes vão se enfrentar como técnicas de duas equipes de judô em um reality show do Esporte Espetacular, da Globo. Como tem sido essa experiência? Olha, não sei onde vai dar esse negócio. Nunca fui treinadora. Fora que tenho de ser técnica, psicóloga e nutricionista ao mesmo tempo. Outro dia, um atleta meu começou a chorar porque estava acima do peso e eu fiquei desesperada. Pensava: “Meu Deus do céu, o que vou fazer com essa pessoa chorando?”.

Seu ouro na Olimpíada está fazendo um ano. O que mudou? Pouca coisa. Perdi um patrocínio, mas ganhei outro. Desde que saí do tatame no Rio, comecei a me preparar para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Estou treinando muito, como sempre. Mas fico triste vendo tantos atletas de ponta em dificuldades. No Brasil, só medalha de ouro conta. Ganhar prata ou bronze na Olimpíada, estar entre os três melhores do mundo, não basta para os patrocinadores. Isso não está certo.

É bom ser famosa? O problema é que sou muito tímida. As pessoas me param na rua, querem conversar, e eu nunca sei direito o que dizer. Meu novo macete é andar de cabeça baixa. Saio para comprar pão e baixo a cabeça o caminho inteiro.

Há quatro anos você namora a estudante de educação física Thamara Cezar. A fama atrapalha o relacionamento? É meio chato. Quando a gente vai ao shopping, ela vai andando na frente enquanto eu fico tirando fotos. Mas, entre nós, está tudo bem.

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Você nasceu e cresceu na Cidade de Deus. A violência lá sempre foi grande? Morar na comunidade é muito pior do que acompanhar as notícias pela TV. Eu ouvia tiroteio quase todo dia. Da minha janela, via criança usando droga, traficante fugindo da polícia. A família do meu pai ainda mora lá, e eu costumo visitá-la. Muita gente discute a violência nas comunidades sem ter uma visão completa da história. Eu sei do que falo.

Onde guarda sua medalha? Na sala, em cima de um móvel, dentro da caixinha. Olhar para ela todos os dias é uma coisa que me motiva. Uma conquista eternizada, independentemente do que aconteça daqui para a frente.

Publicado em VEJA de 16 de agosto de 2017, edição nº 2543

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