– Alta pressão atmosférica
A formação de uma onda de calor, como a que assolou o Japão nos últimos dias matando 50 pessoas, tem início quando uma massa de ar de alta pressão atmosférica chega a uma região, geralmente urbana, mas não se dissipa devido às grandes construções de concreto que absorvem o calor e impedem a movimentação do ar. Formam-se então “ilhas de calor” nas cidades. Devido à alta pressão, o ar se comprime e há o aumento súbito e permanente das temperaturas.
– Menos correntes de ar
Em situações de ar comprimido associado a altas temperaturas, correntes de vento não conseguem circular, tornando as ondas de calor mais duradouras. Em 2018, houve o agravante do enfraquecimento das chamadas “correntes de jato”, que são os principais ventos que circulam nas camadas mais altas da atmosfera e definem as condições climáticas no globo.
– Aumento na temperatura do Atlântico
Observa-se, neste ano, um movimento cíclico, chamado de “oscilação multidecadal do Atlântico”, que eleva a temperatura da superfície do Atlântico Norte a cada década. Com isso, a brisa marinha, que poderia impedir a formação de ondas de calor, acaba tornando-as ainda mais quentes e úmidas.
– Aquecimento global
O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera tem elevado gradualmente a temperatura da terra, ampliando as condições para a formação de ondas de calor. Quanto mais quente é a superfície em que uma onda dessas se instala, maiores são as chances de o fenômeno atingir temperaturas extremas.
Publicado em VEJA de 1º de agosto de 2018, edição nº 2593