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O papai do funk carioca

Morre, aos 49 anos, o cantor Mr. Catra

Por Da Redação Atualizado em 14 set 2018, 07h00 - Publicado em 14 set 2018, 07h00

O funk carioca é a “música eletrônica brasileira”. A definição era de quem conheceu bem o gênero e foi um de seus desbravadores: o carioca Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra. Formado em direito, ele não chegou a exercer a advocacia. Começou a carreira musical como guitarrista da banda de rock O Beco. Também cantou samba, sertanejo, MPB. Nos anos 90, bandeou-se para o hip-hop e, em seguida, abraçou o funk. Tornou-se um astro dos “proibidões”, bailes em que a música fala de sexo (seu tema de predileção) e bandidagem (no ano passado, ele até teve de prestar depoimento em uma delegacia por suspeita de apologia do crime).

Mr. Catra contribuiu para a popularização do funk. Celebrou o hedonismo à moda pancadão em hits como Adultério, Uh Papai Chegou e Mama — este em dueto com Valesca Popozuda. O cantor de funks licenciosos era um homem de família — aliás, de famílias: polígamo assumido, teve três mulheres e 32 filhos. No ano passado, foi diagnosticado com câncer gástrico. Cortou cigarro e álcool para fazer o tratamento, mas era tarde demais. Morreu em consequência da doença, aos 49 anos, no domingo 9, em São Paulo, e foi sepultado no Rio, na terça-feira 11, ao som de seus sucessos e com a presença de estrelas do funk como DJ Marlboro, Buchecha e Jojo Todynho.


UM PENSADOR BRASILEIRO

Braço do Ministério da Educação e Cultura, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), criado em 1955, foi uma ilha de inteligência em torno dos problemas do país nos anos que antecederam o golpe militar. Um de seus nomes mais influentes foi o sociólogo Hélio Jaguaribe. Partiu dele a construção de uma ideia, a do pensamento desenvolvimentista. Disse Jaguaribe: “O desenvolvimentismo significa o esforço de aumentar a capacidade produtiva e, por outro lado, distribuir mais equitativamente o resultado dela”. Intelectual respeitado, participou da fundação do PSDB, partido do qual se desligou ao aceitar o cargo de secretário da Ciência e Tecno­logia do governo de Fernando Collor. Quando o impeachment foi aprovado na Câmara, em 1992, Jaguaribe deixou o posto. Morreu de falência de múl­tiplos órgãos, aos 95 anos.

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UMA ARTE PELA PAZ

Não importa onde estivesse, em Israel ou no Brasil, países nos quais passou seus 85 anos de vida, o artista plástico Gershon Knispel, nascido na Alemanha, fazia de seus desenhos, pinturas, gravuras e esculturas um manifesto contra as injustiças do mundo — com traços que bebiam do realismo socialista e do expressionismo. Em Haifa, suas obras ganharam respeito e visibilidade, mas nunca a unanimidade, como um marco a favor de dois Estados para dois povos, o israelense e o palestino. No Brasil — aonde chegou em 1958, ao vencer o concurso para a construção de um painel no prédio da extinta TV Tupi de São Paulo — fez ami­zade com Oscar Niemeyer e com artistas que, depois do golpe de 1964, gritariam contra a ditadura. Exilado, voltou a viver em Israel. Retornaria ao Brasil após a redemocratização. Morreu em 7 de setembro, em Haifa, depois de um infarto que culminou em falência de múltiplos órgãos.

Publicado em VEJA de 19 de setembro de 2018, edição nº 2600

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