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Mark Manson: “Meu livro é realista”

Autor do best-seller ‘A Sutil Arte de Ligar o F*da-se’, o americano de 34 anos garante que sua obra é um antídoto contra as ilusões da autoajuda

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h44 - Publicado em 9 mar 2018, 06h00
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  • Por que o título A Sutil Arte de Ligar o F*da-se? Quando escrevo, penso: “O que é preciso dizer, mas ninguém está dizendo?”. Todos estão sempre chateados com tudo, então senti que faltava um livro sobre prioridades e valores. Passei o começo da vida adulta como a maioria das pessoas — querendo ganhar dinheiro, construir carreira, viajar. Minha geração foi encorajada a ter sempre mais coisas, a saber dos restaurantes, festas e países para conhecer. Fiquei anos tentando fazer tudo isso, até notar que é um jogo que não se ganha. É preciso escolher duas ou três coisas que importam e priorizá-las.

    O que importa para você? Escrever, estar com os amigos, a família — e jogar muito videogame.

    Como eleger prioridades? Você precisa se perguntar quais problemas quer ter na sua vida, porque todas as coisas boas trazem problemas. A questão não é ir em busca da felicidade, mas sim encontrar problemas que você gosta de resolver. Um exemplo: todos os relacionamentos trazem problemas, e você só tenta resolvê-los porque vale a pena.

    O erro tem grande importância na busca do sucesso, então? Com certeza. Qualquer pessoa que faz sucesso em alguma área errou naquilo muitas vezes antes. Se você não está disposto a errar, nunca vai alcançar o sucesso.

    Com quais coisas você perdeu tanto tempo, como diz, quando era mais novo? Passei muito tempo em festas e, olhando para trás, percebo que não ia a esses lugares por ter vontade, mas porque as pessoas que eu queria que gostassem de mim estariam lá. Foi uma completa perda de tempo. Muitos jovens fazem isso, não só em festas, mas em grupos e empregos. Eles se preocupam mais em ser populares ou ter status do que com aquilo pelo que são apaixonados verdadeiramente.

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    Você classifica seu livro como autoajuda? Às vezes, chamo de “autoajuda para quem odeia autoajuda”. Leitores me falam o tempo todo que não gostam de autoajuda, mas gostaram do meu livro. Muitas pessoas não gostam do gênero porque acham que esses livros não são honestos. Meu livro é realista. Em vez de falar sobre ser feliz o tempo todo, falo sobre problemas.

    Você diz que as pessoas ficam deprimidas e se sentem pressionadas a ter uma vida maravilhosa quando veem seus amigos exalando felicidade nas redes sociais. Elas são vilãs? As redes sociais amplificam o pior lado das pessoas. Há muita vaidade, muita autopromoção, muito conteúdo falso ou exagerado. O problema até pode piorar antes de melhorar, mas no fim das contas deve melhorar, eu espero.

    Qual o maior defeito no campo emocional? Não assumir responsabilidades. Está cada vez mais fácil culpar os outros pelos seus problemas. Mas a verdade é que cada um é responsável pela forma como reage às situações. Ninguém pode viver sua vida por você.

    Publicado em VEJA de 14 de março de 2018, edição nº 2573

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