Luiza Ambiel: Banheira indiscreta
A moça da banheira do Gugu nos anos 90 conta por que voltou às origens em um programa de entrevistas no YouTube
O que motivou sua volta à banheira, duas décadas depois, no YouTube? Sabe como o Gugu Liberato me escolheu para ser a moça da banheira? Ele apontou para mim e disse: “Põe aquela comprida”. E por anos me destaquei como a moça da banheira. Mas, quando saí do quadro para investir na carreira de atriz, fui aconselhada por uma assessora a não falar mais na banheira. Não pegava bem, ela dizia. Daí as pessoas começaram a pensar que eu tinha virado uma Tiazinha ou a Feiticeira, que hoje renegam seu passado. Só que, com o tempo, percebi que isso faz parte de minha trajetória. Pensei: “Sabe de uma coisa? Vou voltar para a banheira!”.
O público ainda espera que a senhora se engalfinhe na banheira com os convidados? A grande maioria, sim. Tenho de tomar certos cuidados porque, aos 46 anos, não tenho mais a força e a forma física de quando tinha 22. Mas minha ideia é levar para o lado do humor. Tanto que convidei uns companheiros de elenco do A Praça É Nossa (humorístico do SBT) para participar.
Mas é só humor? Nem sempre. Falo besteiras com os convidados e levo um papo de mulher para mulher com várias musas. Quando chamei a (modelo) Núbia Óliiver, falamos de alguns tabus sobre sexo. A equipe inteira — formada principalmente por homens — ficou prestando atenção.
O programa conta com patrocínio? Não, eu banco tudo. Agora, conto com uma ou outra ajuda. Meu produtor tem amizade com o dono de uma rede de motéis e conseguiu a locação de graça. A Priscila Menuci, que trabalhava comigo no A Praça É Nossa, aparece no programa sem cobrar. Em breve, quero ver se consigo patrocínio de toalha, sabonete, camisinha…
A senhora já pensou em entrevistar personalidades como, digamos, o ex-patrão Silvio Santos? Não. Nem sei o que poderia fazer com o Silvio na banheira. Talvez jogadores de futebol. Fui repórter esportiva e tenho amizade com muitos deles, mas só aqueles com os quais eu não saí — porque aí estraga a amizade. O Neymar, por exemplo, me cantou até.
Como aconteceu? Foi antes da ida dele para o exterior. A gente se encontrou, ele olhou para mim e disse: “Vamo (sic) aí?”. Eu respondi: “Neymar, meu filho, se eu te der um tranco, eu te quebro no meio!”.
Publicado em VEJA de 6 de fevereiro de 2019, edição nº 2620
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