Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fenômeno cultural

Para produzir a reportagem publicada nesta edição de VEJA, a jornalista Isabela Boscov devotou dez dias a uma imersão total na série 'Game of Thrones'

Por Da Redação Atualizado em 12 abr 2019, 07h00 - Publicado em 12 abr 2019, 07h00

Uma das mais conceituadas críticas de cinema do país, a jornalista Isabela Boscov há muito defende a tese de que a produção audiovisual mais criativa do planeta já não está nos estúdios cinematográficos de Hollywood, mas sim na televisão americana. Desde 1999 escrevendo em VEJA, Isabela testemunhou um fenômeno televisivo como Game of Thrones, a série do canal pago HBO, cuja derradeira temporada estreia neste domingo, que rompeu as fronteiras do entretenimento para se converter em um marco cultural de seu tempo.

À maneira dos filmes da franquia O Senhor dos Anéis, ainda que num registro de fantasia com mais sexo e sangue em profusão, Game of Thrones penetrou em cantos improváveis da vida contemporânea: a versão remix de seu tema de abertura embala pistas de dança, os trajes de seus personagens estão em festas a fantasia e até no Carnaval, e os lugares que lhe serviram de cenário, como a belíssima cidade medieval de Dubrovnik, no litoral da Croácia, tornaram-se mecas da peregrinação de turistas.

A saga televisiva baseada nos livros do americano George R.R. Martin será lembrada como o ápice do poder global de certo modelo de televisão consagrado com a ascensão da indústria de séries da TV a cabo americana, com a HBO na vanguarda desde a criação da inovadora The Sopranos, em 1999. Mas é provável que seja também o último suspiro da televisão em seu alcance máximo: o epicentro daquele ritual mágico em que dezenas de milhões de pessoas no mundo se reúnem diante da TV ao mesmo tempo para ver e comentar os rumos das tramas e personagens sem fim que orbitam em torno do herói bastardo Jon Snow e da princesa Daenerys Targaryen, com seus indefectíveis dragões. “Lamento muito que, ao menos num horizonte próximo, esta seja a última vez que se verá um fenômeno cultural capaz de mobilizar a atenção de tantas pessoas ao mesmo tempo. Hoje, no entretenimento, tudo é sob demanda, o que pulveriza a experiência de ver TV”, diz Isabela, com a autoridade de quem é uma maratonista contumaz de filmes e séries nas plataformas de streaming.

O NOVO – Isabela: a criatividade migrou de Hollywood para a TV (Mario Rodrigues/.)

Para produzir a reportagem publicada nesta edição, Isabela devotou dez dias a uma imersão total em Game of Thrones. Para extrair estatísticas impressionantes como o total de atores nomeados nos créditos (630, dos quais 478 são homens e 152, mulheres) e a nacionalidade deles (da Inglaterra ao Chile, há atores de 41 países), ela reviu os 67 episódios das sete temporadas exibidas desde 2011 até hoje — o que corresponde a mais de sessenta horas, ou quase três dias seguidos diante da tela da televisão. Ao olhar criterioso da crítica, a série passou com louvor no teste dos efeitos do tempo. “Gostei muito mais agora do que quando vi tudo picado. Quando se acompanha Game of Thrones uma vez por semana, há a excitação de dividir as emoções com os amigos, mas ela se dissipa ao longo da semana. Quando se veem todos os episódios emendados, fica claro como a trama é bem tecida. Se fosse possível assistir a todos os episódios inéditos de uma vez, sem comer nem dormir, seria uma experiência alucinante.”

Na reportagem, Isabela aponta um dado revelador: a sétima temporada, exibida em 2017, foi pirateada 1 bilhão de vezes até o ano passado. É um sinal do furor despertado pelas aventuras em Westeros, sem dúvida. Mas é dado tão consagrador quanto lastimável. Como nota Isabela: “Me entristece ver que os milhares de pessoas empenhadas em criar essa experiência única tenham seu trabalho desvalorizado pela pirataria”.

Publicado em VEJA de 17 de abril de 2019, edição nº 2630

Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.