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Emprego do presente

Pesquisa revela que há apenas 300 000 desenvolvedores de inteligência artificial no mundo — e demanda do mercado seria superior a 1 milhão de profissionais

Por André Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 dez 2017, 06h00 - Publicado em 15 dez 2017, 06h00

No ramo da inovação, nada é mais promissor do que o desenvolvimento de recursos de inteligência artificial (IA). Essa tecnologia está presente em diversas novidades que chamaram atenção nos últimos anos. É o caso, por exemplo, de smartphones que identificam o rosto do dono, como o mais recente iPhone, da Apple, e de veículos autônomos projetados por empresas do porte da Google. Contudo, o aperfeiçoamento da IA tem esbarrado numa limitação: faltam especialistas capacitados. Há carência de profissionais capazes de programar máquinas para que elas pensem de forma similar a um ser humano. A constatação veio à tona em uma pesquisa lançada no último dia 1º pela chinesa Tencent — a equivalente asiática do Facebook. Segundo o levantamento, existem 300 000 indivíduos treinados para trabalhar no setor de IA em todo o mundo. Parece muito, mas não é — a demanda seria de mais de 1 milhão de profissionais.

De acordo com o relatório, o principal motivo dessa escassez de mão de obra seria o déficit educacional. O estudo mostra que as universidades têm sido ineficientes na atualização de cursos nessa área. Com isso, aumenta a disparidade entre o que as empresas precisam e a oferta de especialistas. De acordo com a americana IBM, só nos Estados Unidos as vagas chegarão a 3 milhões em 2020 — e é pouco provável que haja tal quantidade de gente bem treinada até lá.

Ter o domínio da IA é um atributo fenomenal. Além de quase sempre saírem das faculdades empregados, os experts têm salários invejáveis. Em países ricos, os ganhos iniciais giram em torno de 300 000 dólares anuais. Em comparação, a remuneração média de um americano é de 37 000 dólares ao ano. No Brasil, os salários ficam em 120 000 reais anuais. Apesar de os vencimentos serem evidentemente menores, há uma avenida de possibilidades aberta. Segundo a escola de tecnologia americana Udacity, que tem filial em São Paulo, brasileiros recém-formados têm 90% de chance de contratação. “Aqui ainda é um setor verde, que só vem sendo efetivamente formado há três anos. Por isso, há pouco conhecimento do tema no país”, afirma o diretor-­geral da Udacity na América Latina, o engenheiro capixaba Carlos Souza. “Mas dados de nossa unidade nacional revelam que 30% de nossos 10 000 alunos querem ingressar nesse campo.”

Diferentemente do que se costuma pensar, não são só os graduados em ciências exatas que entram nessa área. A criação de IAs demanda conhecimentos variados — é comum procurar-se por candidatos de áreas como neurociência e linguística. Há, entretanto, uma ironia nisso tudo. Enquanto hoje faltam profissionais, no futuro o desemprego pode assolar a indústria. Motivo: desenvolvem-­se tecnologias que substituirão tarefas executadas por pessoas. E, segundo levantamento da Universidade de Oxford (Inglaterra), a chance de a profissão de programador de IA ser automatizada já em duas décadas é de quase 50%.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2017, edição nº 2561

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