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Dom Cristiano de Portugal

Ao marcar todos os quatro gols de sua seleção na Rússia em dois jogos, o autossuficiente português mostrou por que é considerado o melhor do mundo

Por Alexandre Salvador, de Sochi
Atualizado em 22 jun 2018, 06h00 - Publicado em 22 jun 2018, 06h00

Na saída da entrevista coletiva de sexta-feira 15, no Estádio Fisht, em Sochi, o melhor jogador do mundo nas últimas duas temporadas (já foi escolhido cinco vezes, e caminha para o hexa) foi abordado por uma jornalista russa com um pedido um tanto inusitado. Ela queria um autógrafo na própria camisa. “Não me importa que me retirem a credencial, realizei o sonho do meu filho”, disse, ao exibir o troféu. É esse tipo de reação, entusiasmada, fora de tom e das regras, que as atuações do português Cristiano Ronaldo causam nas pessoas. Contra a Espanha, naquela tarde, ele dera um show inimitável de autossuficiência: marcou os três gols de sua seleção no empate por 3 a 3. Foi, de longe, a melhor atuação individual entre todas as estrelas anunciadas da Copa. Marcaria novamente contra o Marrocos, na vitória apertada por 1 a 0.  Fez, portanto, todos — todos! — os gols de Portugal nas duas partidas inaugurais do torneio russo de 2018, um de pênalti, um de bola rolando, um de falta e um de cabeça, o repertório completo de fundamentos. Mais que ele, na Copa, apenas uma curiosa estatística: no fim da primeira rodada, houve cinco gols contra.

Aos 33 anos, Ronaldo pareceu interpretar a si mesmo, um altivo dom Cristiano de Portugal, o rei da arrogância e do carisma, ainda que muitas vezes essas duas características soem contraditórias. À revista France Football, ele deu a declaração perfeita: “Nenhum futebolista faz o que eu faço. Não existe jogador mais completo do que eu”. Nem Messi nem Neymar, segundo o próprio português e a opinião de muita gente.

Como a seleção de Portugal é fraca, o nome do jogo é CR7+10, e ponto. Seus quatro gols na Copa o instalaram em lugar ainda mais alto na história do futebol. Ele superou a marca do lendário atacante da Hungria Ferenc Puskás, vice-campeão mundial de 1954, como o maior artilheiro de uma seleção europeia em todos os tempos: CR7 fez 85 gols em 152 jogos por Portugal. Globalmente, perde só para o iraniano Ali Daei, com 109 tentos. Pelé, o número 1 do Brasil, fez 77 pela canarinho (sua média é maior que a de Ronaldo). Alguém duvida que o atacante do Real Madrid seja capaz de tomar para si o recorde de total de gols? Logo depois da batalha ibérica, VEJA perguntou ao treinador da seleção portuguesa, Fernando Santos, qual é a principal virtude do cracaço. A resposta: “Mais importante que a capacidade física é a capacidade mental que ele tem. Ele é incrível por isso”.

Publicado em VEJA de 27 de junho de 2018, edição nº 2588

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