Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Daniel Azulay: Adeus, algodão-doce

O desenhista morreu na sexta-feira 27, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, depois de contrair Covid-19 em meio a um tratamento de leucemia

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h05 - Publicado em 3 abr 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Desenhista, quadrinista, pintor e ainda autor de livros infantis, o carioca Daniel Azulay marcou várias gerações de crianças que, nas décadas de 70 e 80, seguiam a Turma do Lambe­-Lambe, programa de TV que o elevou à condição de celebridade entre a gurizada — e, por extensão, entre pais que, por tabela, acompanhavam sua trajetória. A atração, que lançou personagens memoráveis como o professor Pirajá, foi pioneira ao apresentar no Brasil um formato que mesclava no ponto certo educação e entretenimento. Dono de figurino inconfundível — roupas sempre coloridas, suspensórios e gravatinha-borboleta —, Azulay desenvolveu uma técnica para ensinar a garotada a pôr a imaginação no papel, construir os próprios brinquedos e converter sucata em pequenas peças de arte.

    Nascido em uma família judaica de origem sefardita, vinda da Península Ibérica, ele se formou em direito, mas optou por seguir a carreira artística, cujos fundamentos aprendeu como autodidata. Precocemente, aos 15 anos, publicaria o primeiro desenho de sua autoria em O Globo, para depois despontar com suas tirinhas nas páginas de todos os grandes jornais e revistas do país. Decolaria mais tarde em bem-sucedido voo internacional. Chegou a expor trabalhos em museus como o Louvre e o MoMA. Azulay costumava se despedir das pessoas com uma frase que viria a se tornar seu bordão: “Algodão-doce para vocês!”. Ele morreu na sexta-feira 27, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, depois de contrair Covid-19 em meio a um tratamento de leucemia.
    Sofia Cerqueira


    O erudito pop

    Penderecki, Krzysztof – Komponist, dirigiert im ICC in Berlin
    BATUTA – O polonês Penderecki: o compositor erudito do cinema (Purschke/ullstein bild/Getty Images)

    Boa parte do frio na espinha causado por filmes como O Exorcista (1973) e O Iluminado (1980) vinha das músicas do maestro polonês Krzysztof Penderecki. Ganhador de quatro prêmios Grammy e um dos maiores compositores eruditos contemporâneos, ele nasceu em 1933, em Debica, na Polônia. No começo da carreira, sob a influência de lendas como o francês Pierre Boulez, abraçou a vanguarda erudita. Com o amadurecimento, porém, reaproximou-se da tradição clássica, mesclando-a com a experimentação e o atonalismo. Em 1960, compôs uma de suas peças mais famosas, a tensa Trenodia às Vítimas de Hiroshima, que ignorava premissas básicas da teoria musical e contava com 52 instrumentos de cordas. De acordo com ele, a composição evocava o horror das vítimas da bomba nuclear jogada sobre Hiroshima em agosto de 1945, durante a II Guerra. Foi no cinema, porém, que ele rompeu a bolha erudita para atingir um público amplo. Além da parceria com Stanley Kubrick em O Iluminado, trabalhou com cineastas como David Lynch e Martin Scorsese. O maestro fez uma improvável parceria com o guitarrista do Radiohead, Jonny Greenwood, no disco Penderecki & Greenwood (2012). Morreu no domingo 29, aos 86 anos, de causa não revelada, em Cracóvia, na Polônia.

    Continua após a publicidade

    Publicado em VEJA de 8 de abril de 2020, edição nº 2681

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.