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Albert Uderzo: o discreto pai do Asterix

O desenhista morreu na terça-feira 24, aos 92 anos, de um ataque cardíaco, na França

Por Da Redação Atualizado em 27 mar 2020, 08h55 - Publicado em 27 mar 2020, 06h00

Corriam os anos 50 quando o desenhista Albert Uderzo imaginou, junto com o parceiro René Goscinny, as aventuras de uma turma de gauleses com nomes terminados em “ix” — ideia inspirada no célebre líder Vercingetórix — que teriam criado uma poção mágica capaz de lhes dar força sobre-humana para resistir às investidas do general romano Júlio César. Vindos ao mundo em 1959, Asterix e Obelix atingiram em seus 61 anos de história um grau de reconhecimento reservado para poucos personagens dos quadrinhos. Eles são um símbolo da cultura popular da França, mas também sátira irônica de seu orgulho nacional. Algo semelhante ao que Mafalda representa para a Argentina, Tintim para a Bélgica e, em certo sentido, a Turma da Mônica para o Brasil.

Uderzo nasceu em 1927, em Fismes, no noroeste da França, e conheceu Goscinny em 1951. Juntos, eles lançaram 24 álbuns com as histórias daqueles gauleses malucos. Após a morte do amigo, em 1977, Uderzo deixou a tradicional editora Dargaud para fundar a própria, a Albert-René, e seguiu desenhando sozinho até 2011, quando permitiu que jovens artistas assumissem o trabalho. Ao todo, os livros de Asterix venderam 370 milhões de unidades, deram origem a quinze filmes e a um concorrido parque temático nos arredores de Paris. Humilde e reservado, Uderzo gostava de dizer que não era reconhecido nas ruas: “Personagens podem se tornar mitos, mas nós, seus pais, não”. Morreu na terça-feira 24, aos 92 anos, de um ataque cardíaco, na França.


O saxofonista “ma-ma-sa”

LENDA - Manu Dibango: o grande jazzista não resistiu ao coronavírus (Rodger Bosch/AFP)

Ao misturar jazz, funk e uma vasta coleção de ritmos africanos, o saxofonista camaronês Emmanuel “Manu” Dibango popularizou a música africana. Seu maior sucesso, Soul Makossa, de 1972, trazia no título o nome de um tradicional estilo musical de Camarões (makossa) e letras cantadas no idioma duala — mas nem o acentuado sotaque étnico impediu sua assimilação global. A faixa se tornaria um emblema do jazz funk, especialmente na era da discoteca, alçando o saxofonista ao posto de astro. O fraseado “ma-mako, ma-ma-sa, mako-­makos-sa” foi usado por Michael Jackson em 1982 em Wanna Be Startin’ Something e também em Don’t Stop the Music, hit de 2007 de Rihanna. Dibango processou ambos por uso indevido de sua composição. Nascido nos anos 30 em Douala, a maior cidade de Camarões, filho de um funcionário público e uma costureira, ele cresceu ouvindo música protestante e o pop do Ocidente. Aos 15 mudou-se para a Europa para estudar piano clássico — mas foi o jazz que o conquistou. Dibango é o primeiro músico famoso vítima da Covid-19. Morreu na terça-feira 24, aos 86 anos, em Paris.

Publicado em VEJA de 1 de abril de 2020, edição nº 2680

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