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A vida dos jovens

Nos últimos cinco anos, os casos de depressão entre adolescentes tiveram um aumento perturbador

Por Da Redação Atualizado em 20 abr 2018, 06h00 - Publicado em 20 abr 2018, 06h00

Uma reportagem desta edição de VEJA — “As dores do crescimento”, que começa na página 82 — traz uma informação preocupante: nos últimos cinco anos, os casos de depressão apresentaram um aumento perturbador entre os jovens de 12 a 25 anos. Em todas as outras faixas etárias, houve queda. Existem algumas hipóteses para esse salto da tristeza abissal. Uma delas pressupõe que o império das redes sociais, em que tudo é compartilhado, só ajudou a ampliar a solidão dos adolescentes, que se escondem atrás da tela dos smartphones. É um paradoxo e tanto: os jovens nunca estiveram tão conectados e, no entanto, tão sós.

As mudanças comportamentais, de jovens ou adultos, sempre mereceram atenção especial de VEJA, ao longo de seus quase cinquenta anos de história. As explosões demográficas, as ondas migratórias, a liberalização dos costumes — tudo isso tem implicações notáveis na vida em sociedade. Mas, entre todos os fatores, a constante mais decisiva hoje em dia é a tecnologia. Como é moralmente neutra, ela pode ser usada para o bem ou para o mal — e a evolução social mostra que as redes sociais são, a um só tempo, bênção e pesadelo.

Há outro fenômeno, mais antigo mas renitente, a imprimir novos contornos a adolescentes e jovens adultos: a superproteção dos pais. É mais um fator que, dizem os especialistas, pode estar catapultando os índices de depressão. Superprotegidos, os jovens ficam inabilitados para as agruras da vida. Escreve a colunista Rosely Sayão, em artigo que fecha a reportagem sobre depressão: “Precisamos lembrar que a infância e a adolescência são os melhores períodos para que os mais novos conheçam as adversidades da vida e sofram com isso porque têm o amparo dos adultos para seguir em frente”.

São particularmente relevantes as mudanças que deflagram problemas de ordem mental. Numa reportagem de 1995 — “O planeta teen” —, muito antes, portanto, de a vida estar 100% on-line, VEJA escreveu: “Pela primeira vez na história da humanidade, existe uma geração que, em escala planetária, sob o bombardeio de uma onipresente indústria cultural e com extraordinário acesso à informação, sente, quer, veste, ouve e vê as mesmas coisas”. Se era assim há mais de vinte anos, imagine hoje.

Publicado em VEJA de 25 de abril de 2018, edição nº 2579

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