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A vez deles

Amigos, assessores e ex-assessores do presidente da República são denunciados por organização criminosa no processo conhecido como “quadrilhão do MDB”

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2018, 06h00 - Publicado em 13 abr 2018, 06h00

Com tentáculos em várias estatais e órgãos públicos, um grupo de deputados federais do MDB utilizou a sua influência política para arrecadar propinas e caixa dois junto a empresários. Esse esquema, que funcionou com a parceria e a cumplicidade dos governos petistas por mais de uma década, operava em pelo menos sete órgãos da máquina pública e permitiu que a organização criminosa embolsasse mais de meio bilhão de reais, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público e aceita pela Justiça Federal do Distrito Federal. Entre os que se beneficiaram dessa bolada e se tornaram réus, há aliados e amigos do presidente da República, Michel Temer, alvos, inclusive, de um pedido de prisão preventiva feito pelos investigadores, mas rejeitado pelo juiz responsável pela ação.

Na lista dos acusados estão o advogado José Yunes e o coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho. Tanto um como o outro são apontados como captadores de propina que seria destinada a Temer e a esse grupo de deputados do MDB. No caso de Yunes, os investigadores concluíram que ele foi o responsável por receber um pacote com 1 milhão de reais da empreiteira Odebrecht, em nome do atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Já o coronel Lima, de acordo com o Ministério Público, intermediou o recebimento de outro milhão de reais destinado a Temer, repassado pelo grupo JBS. Yunes e Lima também são investigados num inquérito que apura a existência de um esquema ilícito de subornos no Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

Apesar de ser apontado como o líder da organização criminosa, Temer, por enquanto, está preservado desse processo. Em outubro do ano passado, a Câmara dos Deputados decidiu interromper o andamento da denúncia feita contra o presidente da República. O processo, chamado de “quadrilhão do MDB”, tramita na primeira instância. Temer, que tem direito a foro privilegiado, só pode ser investigado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte, depois de receber a denúncia do Ministério Público contra o presidente da República, tem de submetê-la à avaliação da Câmara dos Deputados, que decide se autoriza ou rejeita a abertura da ação penal. Na época, os deputados não autorizaram o processo contra o presidente, que só será retomado quando ele deixar o governo. Na mesma denúncia que envolvia Temer, constavam como acusados os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

Com a denúncia interrompida pelos parlamentares, o ministro Edson Fachin, do STF, decidiu desmembrar o inquérito, separando a parte relativa ao presidente e seus ministros daquela que implicava os demais investigados, que não ocupam cargos públicos. É desse braço do processo que agora eclodiram as denúncias contra o coronel Lima e o advogado José Yunes. Ambos negam ter praticado qualquer irregularidade. Para o Ministério Público, que requereu a prisão da dupla, há um movimento em curso por parte dos envolvidos para “garantir a perpetuação do grupo criminoso no controle central da máquina estatal federal”.

Publicado em VEJA de 18 de abril de 2018, edição nº 2578

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