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A idade apocalíptica

'Mentes Sombrias', de Alexandra Bracken, é uma compilação dos temas da ficção científica que se dedica a traduzir angústias dos jovens

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 ago 2018, 07h23 - Publicado em 17 ago 2018, 07h00
‘Mentes Sombrias’, de Alexandra Bracken (tradução de Viviane Diniz; Intrínseca; 384 págs.; 49,90 reais ou 34,90 em versão digital) (//Divulgação)

J.K. Rowling já passara dos 30 quando estreou com Harry Potter e a Pedra Filosofal; Stephenie Meyer contava 32 — e, como Rowling, já era mãe — quando apresentou ao mundo os vampiros apaixonados da série Crepúsculo. Suzanne Collins acumulava 46 anos e uma vasta experiência como roteirista de TV quando criou o mundo apocalíptico de Jogos Vorazes. A americana Alexandra Bracken iniciou sua carreira literária em idade um tanto mais próxima da dos personagens sobre os quais escreve — e, mais importante, dos seus leitores. Hoje com 31 anos, tinha 25 quando lançou, em 2012, o primeiro volume da série Mentes Sombrias, ficção científica sobre jovens que desenvolvem poderes especiais e por isso são isolados em campos de concentração. A obra começou a frequentar a lista de mais vendidas e teve seus direitos adquiridos por Shawn Levy, produtor do seriado Stranger Things — o filme, aliás, estreou nos cinemas brasileiros na quinta-feira 16. Mentes Sombrias, livro inaugural da série — Alexandra já publicou cinco —, passou despercebido no Brasil quando foi lançado pela editora iD, em 2013. A Intrínseca, que também publica Crepúsculo, relançou o título em nova tradução, aproveitando o embalo promocional do filme.

Geracional - Alexandra: ainda sob o impacto do 11 de Setembro (Rita & Co/Divulgação)

Alexandra instalou-se em uma rica faixa de mercado que, nos países de língua inglesa, se designa ­como young adult — a ficção juvenil, consumida pelos teens destes dias nos quais a adolescência vai se estendendo pela casa dos 20 anos. Seu enredo não é original, mas é eficiente: um mexidão pop de histórias de super-­heróis — em particular, X-Men — e de distopias juvenis. “Mentes Sombrias nasceu da experiência de quem vivenciou os atentados de 11 de setembro de 2001 quando estava na adolescência”, diz ela. Com formação universitária em literatura e história, Alexandra cita os campos nos quais os japoneses que viviam nos Estados Unidos foram isolados na II Guerra Mundial como inspiração para as instalações em que ficam presos os jovens extraordinários de Mentes Sombrias — entre eles, a heroína da série, Ruby (nome inspirado em Ruby Tuesday, dos Rolling Stones, que a escritora aprendeu a apreciar em casa, por influência dos pais).

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A história coube bem na tela: livro e filme, afinal, reafirmam vários elementos de séries de sucesso que os precederam — Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner: jovens isolados pela sociedade, perseguidos por governos totalitários ou grandes corporações e divididos em castas (designadas por cores em Mentes Sombrias: Ruby pertence aos laranja, que têm poderes de dominação mental). São traduções extremas e angustiantes de um sentimento universal entre jovens: a sensação de que o mundo não reserva um lugar para eles.

Publicado em VEJA de 22 de agosto de 2018, edição nº 2596

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