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Religião que mais cresce no Brasil é dominada por brancos e quebra estereótipos

Candomblé e umbanda mais que triplicaram o número de fieis, segundo Censo de 2022, mas segue sendo minoria

Por Ricardo Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jun 2025, 10h00

Os dados relativos à fé do brasileiro no Censo de 2022revelam que as religiões de matriz africana são o grande grupo que mais cresceu no país, desde 2010. Os entrevistados que se identificam como seguidores do candomblé ou da umbanda mais que triplicaram nos ultimos doze anos. Apesar disso, seguem sendo minoria no Brasil: foram de 0,3% em 2010, para 1%.

Segundo os técnicos do IBGE, o crescimento se explica porque mais gente passou a explicitar sua fé, que historicamente encontrou resistência na sociedade brasileira. “Movimentos que tem sido feitos nos últimos anos contra a intolerância religiosa [fizeram com que] pessoas se declarassem candomblecistas e umbandistas”, aponta Maria Goreth Santos, analista do IBGE responsável pelo tema religião.

Outro movimento que pode ter contruibuído para o aumento está relacionado à metodologia do IBGE. Somente em 1980 a opção passou a ser considerada definitivamente pelos recenceadores. Em edições anteriores, ou ela não era listada (em casos de perguntas fechadas, em que as alternativas são apresentadas aos entrevistados), ou não era computada, no caso de perguntas abertas.

Dessa forma, era muito comum que seguidores de religiões de matriz africana ser acabavam por se declarar kardecistas ou até católicos. “Há uma migração das pessoas que se diziam espíritas e que perderam a vergonha”.

Quebra de estereótipos

Curiosamente, os estados do Sul e do Sudeste são os que mais seguem as religiões herdadas dos escravizados vindos da África, com 1,6% e 1,4% de presença, respectivamente. Regiões em que esse tipo de fé tem maior presença cultural no dia a dia da população, como o Nordeste, tem menos seguidores: somente 0,6% se diz adepto.

A quebra de esteriótipos segue ainda quando se cruza a opção religiosa com a cor ou raça dos entrevistados. Dos que declararam serem seguidores da umbanda e do candomblé, 42,9% são brancos, enquanto somente 33,2% se dizem negros. A umbanda e o candomblé compõem ainda o segundo grupo religioso com o maior percentual de pessoas com nível superior: 25,5%. Nos dados do IBGE, esse grupo corresponde à parcela da população com maior nível de renda.

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