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‘Wal do Açaí’, agora em campo oposto ao do clã Bolsonaro, ganhou cargo na Prefeitura de Angra

Ex-assessora de Bolsonaro, Walderice atua como uma 'síndica' da Vila Histórica de Mambucaba; no sábado, ela foi agredida e chamada de traidora por bolsonarista

Por Ludmilla de Lima Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 out 2024, 00h03 - Publicado em 2 out 2024, 16h06

‘Wal do Açaí’ em Angra dos Reis, Walderice Santos da Conceição já foi nacionalmente conhecida como a ‘Wal do Bolsonaro’. Mas, nesta campanha na cidade da Costa Verde, a ex-assessora de Jair Bolsonaro atua politicamente em campo oposto ao do clã. Com um cargo de assessora técnica na prefeitura, ela trabalha pela eleição de Cláudio Ferreti (MDB), nome escolhido pelo prefeito Fernando Jordão (PL) à sua sucessão. Ferreti disputa a cadeira de prefeito contra Renato Araújo (PL), lançado pelo ex-presidente e que tem contado com todo o apoio da família e seu grupo. Walderice, desde abril, atua como uma espécie de “síndica” da Vila Histórica de Mambucaba em nome do governo Jordão. 

O cargo está atrelado à Secretaria municipal de Desenvolvimento Regional e tem remuneração mensal bruta de R$ 6.425,41. No distrito de Angra onde o ex-presidente tem casa há mais de 30 anos, Wal é responsável por repassar à prefeitura as demandas locais. A escolha por ficar ao lado do prefeito tornou Walderice alvo de bolsonaristas: no último sábado, durante uma caminhada de Ferreti, ela foi agredida com um soco no pescoço, chegando a perder a consciência. O agressor, aos gritos, a chamava de “traidora”. Ela foi levada para o Complexo de Saúde no Parque Mambucaba e, no dia seguinte, registrou queixa na polícia. Pessoas próximas dizem que o sentimento de Walderice é de “depressão e revolta”. No momento, ela está de licença médica, com o pescoço imobilizado, e fora de Angra. Ninguém da família Bolsonaro a procurou até agora.

Wal do Açaí entre o prefeito de Angra, Fernando Jordão, e o candidato Cláudio Ferreti
Wal do Açaí entre o prefeito de Angra, Fernando Jordão, e o candidato Cláudio Ferreti (Reprodução/Reprodução)

Briga de antigos aliados

Na última eleição municipal, ela tentou se eleger vereadora colando a sua imagem à de Bolsonaro. Este ano, acabou no meio da briga entre Bolsonaro e Jordão. Os dois, embora do mesmo partido, romperam a aliança de longa data após o prefeito decidir lançar um nome de sua confiança para a prefeitura (engenheiro, Ferreti foi secretário de Obras e de Governo), sem consultar o ex-presidente. Hoje o clima entre os dois é de inimizade, transformando Angra em cenário de uma das disputas mais agressivas no Rio de Janeiro

Em março de 2022, Wal ganhou fama ao ser acusada pelo Ministério Público Federal (MPF), junto com Bolsonaro, de ser funcionária fantasma do gabinete do ex-presidente na Câmara dos Deputados. A denúncia abrangia o período de 2003 a 2018, época em que era deputado federal. Em depoimento ao MPF, gravado em vídeo, em novembro de 2018, Walderice disse nunca ter ido até então a Brasília, onde era lotada oficialmente.

A fala, no entanto, só se tornou pública em 2022, quando o MPF ajuizou na Justiça Federal ação de improbidade administrativa contra Bolsonaro. Após o político chegar à Presidência, quem assumiu a defesa de Wal foi a Advocacia-Geral da União (AGU), órgão do governo federal, num caso único envolvendo uma pessoa com cargo comissionado na Câmara. No seu depoimento, ela revelou ainda que possuía as chaves da casa de Bolsonaro em Mambucaba e que cuidava do cachorro da residência. O apelido ‘Wal do Açaí’ se deve ao trabalho numa lojinha de açaí. 

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