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Apreensão de passaporte e denúncia de atentado: a conturbada eleição em Angra, que receberá Bolsonaro

Disputa opõe ex-presidente ao prefeito Fernando Jordão, antigo aliado, e promete festival de farpas e acusações até o último dia de campanha

Por Ludmilla de Lima 25 set 2024, 13h28

Uma decisão da Justiça contra o candidato bolsonarista à Prefeitura de Angra dos Reis, Renato Araújo (PL), coloca mais lenha na fogueira de uma das disputas políticas mais agressivas vistas hoje no Rio de Janeiro. A  juíza Andrea Mauro da Gama Lobo D’eça de Oliveira, da 1ª Vara Cível da Comarca de Angra, determinou ontem, 24, que o passaporte e a carteira de habilitação de Araújo, dono de uma construtora, fossem recolhidos. De acordo com a magistrada, ele não acatou a ordem de realização obras de contenção de encostas no condomínio Portogalo, vizinho do empreendimento de luxo Bellavista Portogalo, lançado pelo empreiteiro, mas embargado há dois anos pela prefeitura por oferecer “risco de deslizamento e inundação”. A multa diária em caso de descumprimento foi elevada de R$ 30 mil para R$ 50 mil. Em sua defesa, o candidato diz que é alvo de uma “decisão de política” e que já recorre no judiciário.

Como já mostrou VEJA, a eleição em Angra virou uma das prioridades do clã Bolsonaro, que tem casa na Vila Histórica de Mambucaba há mais de 30 anos. O ex-presidente Jair Bolsonaro segue repetindo nesta campanha que cultiva o sonho de ver a cidade, que tem 80% dos seu território ocupados pela Mata Atlântica, transformada numa Cancún, com milhares de turistas desembarcando em cruzeiros. Mas a briga política em Angra começou após um antigo aliado e amigo, o prefeito Fernando Jordão, do PL, mesmo partido de Bolsonaro, lançar pelo MDB o engenheiro Cláudio Ferreti à sua sucessão. O ex-presidente, que não teria sido consultado, viu na escolha uma traição e acabou colocando Araújo, amigo do senador Flávio Bolsonaro, na disputa. Desde que a campanha começou, o clima se acirra dia a dia, com acusações e denúncias dos dois lados.

No sábado, o candidato do PL divulgou um vídeo em que aparece correndo de tiros com sua equipe e seguranças no Morro de Santo Antônio. A gravação mostra ele tentando colocar um colete à prova de balas enquanto desce a favela. Depois da cena rodar as redes, ele classificou o caso como “atentado”. “Já mandaram recado que eles não atiraram para acertar e que atiram para o alto para assustar. Eu não quero saber se foi para acertar ou não. Isso é inadmissível”, afirma o bolsonarista, que fez um vídeo falando do episódio e atacando adversários. Em nota, a prefeitura comandada por Jordão, que está no seu quarto mandato, diz que atua junto às polícias Militar e Civil para apurar as circunstâncias do ocorrido e que o local “estava sendo monitorado há dias” por conta de uma operação da PM na sexta-feira, mas sem registro de troca de tiros.

Sobre a decisão de segunda-feira, Araújo nega que a erosão no Portogalo tenha sido provocada pelo Bellavista Portogalo, que pretende transformar num condomínio com mais de 70 casas à beira-mar. Nenhuma mansão ainda foi construída, já que as obras estão paralisadas, no que o bolsonarista também classifica de “decisão política” do governo Jordão. “Esse foi um fato criado para estabelecer uma narrativa política”, argumenta ele, já chamado pelo prefeito de “inimigo do meio ambiente”. Num trecho da decisão de segunda-feira, a juíza afirma que a apreensão dos documentos do empreiteiro valerá “até que se inicie as obras de contenção, posto que a alta multa diária já deferida em R$ 30 mil não fora o suficiente para o cumprimento do determinado”, dando prazo de 5 dias para a retenção.

Independentemente dos rumos desse caso, a população de Angra espera mais polêmicas para os últimos dias antes da votação. Na terça-feira à tarde, Bolsonaro fará carreata e comício na cidade com o seu candidato. A campanha de Ferreti já aguarda artilharia pesada. E há expectativa dos bolsonaristas ainda de um outro ato com o ex-presidente na sexta da semana que vem. Envolvido na queda de braço entre Bolsonaro e Jordão, Araújo, que nunca tinha se candidato ou filiado a partidos antes, já havia resumido para VEJA: “Se eu não ganhar, vou tocar minhas empresas. Para o presidente Bolsonaro, para a família Bolsonaro, perder fica feio. É como dizer: Fernando comanda a cidade”.

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