Vida pós-impeachment: Wilson Witzel se filia ao nanico PMB
Ex-governador do Rio, que hoje se apresenta como advogado e tem clube de investimentos em leilões, está inelegível, mas vê mulher como possível candidata
Cerca de um ano após ter o impeachment confirmado, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel se filiou ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) no último 1º de abril. Procurado, ele não quis falar sobre suas pretensões eleitorais. Comenta-se nos bastidores que a intenção seria lançar a ex-primeira-dama Helena Witzel a algum cargo em outubro. Além da cassação do mandato no Palácio Guanabara, o ex-juiz também teve os direitos políticos suspensos por cinco anos.
Réus na Justiça pela suspeita de corrupção envolvendo a máquina do estado, Witzel e Helena estavam com rotina discreta e fora da vida pública no último ano. Criaram, por exemplo, cursinhos para ajudar candidatos a concursos públicos e um clube de investimentos em leilões. “Está interessado em um futuro melhor e extraordinário?”, questiona uma mensagem no site criado pelo ex-governador.
Nanico, o PMB não tem nenhum deputado na Câmara, tampouco na Assembleia Legislativa do Rio. Na última eleição municipal do Rio, em 2020, o partido filiou a família Jerominho, da “Liga da Justiça”, conhecida como uma das pioneiras do modelo de milícia que se instalaria com força na cidade a partir dos anos 2000. A desfiliação do ex-mandatário do PSC também foi registrada em abril.
Antes de acertar a ida à nova sigla, Witzel fez uma ronda em várias outras, mas teve portas fechadas em quase todas. Candidatar-se por uma legenda de porte minúsculo tende a ser um empecilho para quem quer de fato ser eleito para um cargo proporcional, já que, além dos votos no postulante em si, outros cálculos são impostos para a conquista da cadeira.