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Veja revelou em 2001 esquema envolvendo Temer

Planilha mostra recursos obtidos por meio de propina para campanha

Por Da Redação
5 abr 2011, 20h16

Reportagem publicada em VEJA em março de 2001 já informava sobre a suspeita de envolvimento do vice-presidente Michel Temer (PMDB) na cobrança de propina de empresas que atuam no Porto de Santos, no litoral paulista. A revista teve acesso a um processo de separação litigiosa da 3ª Vara de Família e Sucessões de São Paulo em que o esquema era descrito. Leia também: Um rolo no porto

A estudante universitária Erika Santos exigia que o ex-companheiro Marcelo de Azeredo lhe pagasse uma pensão de 10.000 reais mensais. No processo, para provar que ele teria condições de arcar com o gasto, ela falava sobre o esquema de corrupção, do qual participavam Azeredo, um homem de sobrenome Lima e Michel Temer. Azeredo presidiu a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) por três anos. Segundo Erika, “o grosso” das rendas do ex-companheiro vinha “de caixinhas e propinas”. Os advogados da estudante detalharam seis negócios fechados pelo trio, com base em planilhas de controle copiadas por Erika do computador pessoal do ex-companheiro. De acordo com o relato de Erika, o dinheiro da propina era dividido da seguinte forma: 25% para Azeredo, 25% para Lima e 50% para Temer. A empresa Libra, que ganhou a concessão de dois terminais do Porto de Santos, por exemplo, pagou ao grupo 1,28 milhão de reais – Azeredo e Lima ficaram com 320.000 reais cada um e Temer, com 640.000 reais. Em outro negócio, uma empresa desembolsou 600.000 reais. Na planilha, ao lado do nome de Temer aparece a observação de “+ 200.000 p/ camp”, que os advogados de Erika, na minuta do processo, afirmam se tratar de 200.000 reais para a campanha eleitoral do então deputado. Como agora, Michel Temer negou na época envolvimento com o esquema e disse ter pedido o afastamento de Azeredo da presidência da Codesp quando surgiram os primeiros boatos de irregularidade. Paralelamente, Temer ameaçou fazer uma queixa-crime contra Erika se o processo viesse a público. Imediatamente, Azeredo entrou em um acordo com a ex-mulher e ela desistiu da ação judicial. Mesmo assim, por conter indícios de outro crime – de corrupção -, o processo não foi arquivado. Em 2006, as denúncias deram origem a uma investigação na Polícia Federal. Só em setembro de 2010 o caso foi remetido pela Procuradoria da República ao Supremo Tribunal Federal. O caso chegou ao Supremo em fevereiro e, na semana passada, seguiu para análise da Procuradoria-Geral da República.

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