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Universidade de Brasília puniu colaborador de Bolsonaro por frase racista

Em 2006, o cientista político Paulo Kramer, então professor da UnB, usou a palavra “crioulada” durante uma aula

Por Fernando Molica
Atualizado em 18 set 2018, 11h36 - Publicado em 17 set 2018, 19h43

Colaborador da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o cientista político Paulo Roberto da Costa Kramer foi punido em 2007 pela Universidade de Brasília (UnB) por conta de declarações consideradas racistas. Em uma aula sobre políticas sociais adotadas nos Estados Unidos, Kramer, de acordo com alunos, disse a frase “Não adianta dar dinheiro para essa crioulada”. Na aula seguinte, ao ser questionado por um aluno, o então professor-adjunto afirmou que continuaria a falar “crioulada” e acusou o jovem de ser “racista negro” e da “Ku Klux Klan negra”, numa referência à organização racista norte-americana. Na época, Kramer declarou que utilizara a palavra “crioulada” como tradução da expressão “black under class”, utilizada nos Estados Unidos para caracterizar populações negras muito pobres.

O caso, ocorrido em julho de 2006, foi levado por alunos à reitoria da UnB, que determinou uma investigação sobre a conduta do professor. Quase um ano depois, a comissão processante formada pela universidade concluiu que ele violara normais internas e infringira a Lei Caó, que trata de crimes relacionados ao racismo. O reitor Timothy Mulholland determinou então a suspensão de Kramer por 30 dias, punição que acabou convertida em multa de metade de seu salário.

O professor recorreu à Justiça contra a decisão da UnB, alegou que havia falhas no processo administrativo. Mas, no último dia 13 de junho, a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou sua apelação. Aposentado desde 2016 da universidade, Kramer disse a VEJA nesta segunda-feira que apenas seu advogado, Marco Antônio Meneghetti, falaria sobre o caso. À reportagem, o defensor revelou que seu cliente decidira não recorrer da decisão.

Em 2007, o cientista político anunciou que iria processar os alunos responsáveis pela acusação, mas seu advogado afirmou que ele não tomou esta atitude. Segundo Meneghetti, Kramer, no processo administrativo, não foi acusado de racismo, mas de injúria racial. O professor aposentado disse a VEJA que sua contribuição à campanha de Bolsonaro é voluntária. Em reportagem publicada pelo jornal O Globo, ele definiu suas funções na campanha: “Eu dou pitaco, sugestões para desenvolver melhor a mensagem. No grupo do WhatsApp as pessoas veiculam as ideias, vídeos, outros materiais, aí eu sempre falo uma coisa ou outra para orientar.“

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