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Tucanos tentam descolar o julgamento de Aécio e a imagem do partido

A Primeira Turma do STF decide nesta terça-feira se torna o senador réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de justiça

Por Da redação
Atualizado em 17 abr 2018, 17h48 - Publicado em 17 abr 2018, 15h57

A seis meses do primeiro turno das eleições, parlamentares tucanos tentam dar caráter pessoal ao julgamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), realizado nesta terça-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF). Membros do partido buscam tratar o assunto como algo particular do senador mineiro e querem separar a sigla do episódio.

A Primeira Turma do STF decidirá se torna Aécio Neves réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o tucano de receber ilicitamente 2 milhões de reais do empresário Joesley Batista, oriundos do grupo J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato.

“Quando você fala de um companheiro, bate uma tristeza, agora eu tenho o meu posicionamento de que a Justiça seja feita: para condenar ou para absolver. É isso que eu espero. Eu vejo que é um julgamento fora do partido, é uma coisa pessoal (dele). Ele (Aécio) está tendo toda liberdade de fazer sua defesa”, disse o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

O mesmo argumento é lançado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que deve ser o candidato do partido ao governo do Maranhão. “Temos que separar o público do privado. Esse assunto é particular do Aécio, o que nos deixa em situação de dificuldade dada a relação que temos com ele. (O episódio) não foi nada com a atividade legislativa dele, o papel como senador”, afirmou Rocha.

Rocha e Ataídes se reuniram mais cedo com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, na sede do partido em Brasília. Eles negaram que tenham tratado do assunto como ex-governador de São Paulo.

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Os tucanos já dão como certo que Aécio se tornará réu hoje como forma de “compensação” junto à opinião pública, por causa da condenação em segunda instância e da prisão do ex-presidente Lula. O partido, entretanto, diz que isso não representa um grande problema para a legenda.

Roberto Rocha criticou, no entanto,  a possibilidade de “compensação” por parte do Judiciário. “Nós estamos num caminho muito ruim da criminalização da política. Quando a gente nega a política, volta às cavernas, é uma barbárie. Tem muito justiceiro no meio aí. Do jeito que estão colocando, parece que se Lula está preso, tem que prender todo mundo. Se tem do PT, tem que ter do PSDB também. Daqui a pouco, passa para a população a ideia de que, se todo mundo está na vala comum, você nivela tudo por baixo”, disse.

Alckmin também se encontrou nesta terça-feira com o advogado do partido, José Eduardo Alckmin, que acompanha o caso no STF. O defensor negou que a sessão do STF seja a razão para a reunião com Alckmin. Afirmou também que não conversaria com ex-governador sobre o envio de seu inquérito para a Justiça Eleitoral.

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Na semana passada, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), encaminhou à Justiça Eleitoral de São Paulo a investigação de caixa 2 para a campanha do tucano, deixando o ex-governador, por enquanto, fora da Lava Jato.

(Com Estadão Conteúdo)

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