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TJ-SP recebe pedido para barrar CPI das universidades

Beth Sahão (PT) alega que requerimento não determina quais fatos serão investigados; base do governo Doria mira 'aparelhamento de esquerda'

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 24 abr 2019, 17h38 - Publicado em 24 abr 2019, 16h07
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  • Na véspera da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para investigar as universidades estaduais paulistas, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) recebeu um pedido para imediata suspensão dos trabalhos, sob a justificativa de que não foram apresentadas razões legais para a sua criação.

    A instalação da CPI está marcada para esta quarta-feira, 24, quando deve ocorrer o sorteio dos deputados que vão compor a comissão. A expectativa é de que a sessão seja agitada, já que há resistência da oposição – protestos de estudantes foram marcados.

    O mandado de segurança com pedido de tutela de urgência foi apresentado nesta terça-feira, 23, pela deputada estadual Beth Sahão (PT). A justificativa para o pedido é de que a abertura da CPI não contém requisito previsto na Constituição Estadual e no Regimento Interno da Casa Legislativa, “tornando a criação da comissão manifestamente ilegal”. O pedido explica que, para a criação da CPI, não basta a aprovação de um terço dos deputados, mas que seja apontado um “fato determinado a ser investigado”, o que não teria ocorrido.

    “Lamentavelmente, o requerimento (para abertura da CPI) está muito longe de apontar fatos certos e determinados a serem apurados, muito pelo contrário, o documento é totalmente vago, sem uma única indicação de fato determinado que deva ser apurado na CPI criada, o que torna o ato de criação da comissão flagrantemente ilegal”, justifica.

    A CPI foi apresentada pelo deputado Wellington Moura (PRB), vice-líder do governo João Doria (PSDB). A comissão é contra o que os deputados da base do tucano definem como “aparelhamento de esquerda” das universidades públicas paulistas e “gastos excessivos” com funcionários e professores. Entre as mudanças que eles querem discutir estão a escolha do reitor e a forma como o estado repassa recursos às instituições, ambas garantidas hoje pela chamada autonomia universitária.

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    No entanto, o requerimento de abertura não apresenta, segundo a deputada, justificativas que sustentem as acusações, citando apenas genericamente que a “imprensa rotineiramente veicula notícias com supostas irregularidades” nas universidades.

    “O fato apontado pelo requerimento de instauração de CPI é tão genérico e sem qualquer lastro em documentos ou indícios mínimos de improbidade ou falha grave que o poder de investigação atribuído à CPI criada se estende para toda a gestão das universidades estaduais”, diz o pedido da deputada.

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