Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

STF nega recurso e ex-diretor Renato Duque continuará preso

Ex-diretor de Serviços da Petrobras queria pegar "carona" em habeas corpus concedido ao ex-ministro petista José Dirceu

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 Maio 2017, 15h32

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta terça-feira recurso em que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, tentava ser colocado em liberdade. O ex-dirigente pegou “carona” no habeas corpus de José Dirceu, que deixou a cadeia em Curitiba após o STF ter entendido, em 2 de maio, que a ele poderiam ser impostas medidas cautelares diferentes da prisão, como ordens para que fique em prisão domiciliar, que seja obrigado a comparecer periodicamente à Justiça, que não entre em contato com outros investigados no processo ou que use tornozeleira eletrônica.

Renato Duque já foi condenado a mais de 57 anos de prisão e está preso, por ordem do juiz Sergio Moro, há mais de dois anos. Ele negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público e pediu recentemente para depor novamente na 13ª Vara Federal de Curitiba, quando revelou que teve um encontro secreto com o ex-presidente Lula, num hangar do Aeroporto de Congonhas, já durante as investigações da Operação Lava-Jato, no qual recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras.

No pedido encaminhado ao STF, a defesa de Duque alegava que ele figurava na mesma ação penal que José Dirceu e, por isso, seria legítimo pedir que fosse beneficiado pelo habeas corpus concedido ao ex-ministro petista. Mas Duque foi além e solicitou que pudesse responder em liberdade a outras quatro ações penais a que somente ele, e não José Dirceu, responde.

Em seu voto, o ministro Dias Toffoli, disse que Renato Duque não é corréu de Dirceu em todas ações penais a que responde na Operação Lava Jato e, por isso, não poderia pegar “carona” no caso de Dirceu. Na única situação em que avaliou o mérito do pedido da defesa de Duque, o magistrado disse que as acusações contra o ex-diretor da Petrobras não são as mesmas que as imputações contra Dirceu e, por isso, o dirigente não pode ser beneficiado. Além disso, Toffoli ponderou que “chama a atenção que, mesmo já durante as investigações, [Renato Duque] teria feito movimentações financeiras em contas, buscando dissipá-las”.

Na ação penal em que Renato Duque é réu ao lado de Dirceu, ao ex-diretor da Petrobras foram imputadas 14 crimes de lavagem de dinheiro por causa da celebração de 14 diferentes contratos simulados de prestação de serviços entre a empresa Jamp e a construtora Engevix. Ao todo, os contratos fictícios simularam 53,7 milhões de reais. Para o Ministério Público, porém, esses contratos não tiveram participação de José Dirceu, o que inviabilizaria a possibilidade de se igualar as situações do petista e do ex-dirigente da Petrobras. A legislação, lembrou o relator do caso, ministro Dias Toffoli, prevê que, havendo concurso de agentes, um recurso pode ser aproveitado pelos demais se os casos forem idênticos.

Candidato a delator da Lava Jato, Duque pediu para prestar novo depoimento ao juiz Sergio Moro e, segundo a versão que ele apresentou ao juiz federal, o ex-presidente Lula relatou na conversa que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.