STF marca julgamento de Gleisi para a próxima terça-feira
Senadora e presidente do PT será a segunda política julgada pelo Supremo em quatro anos de Operação Lava Jato
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima terça-feira, dia 19, o julgamento de uma ação penal contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Presidente nacional do PT, Gleisi é acusada de receber 1 milhão de reais do esquema da Petrobras para a sua campanha ao Senado em 2010.
A petista será a segunda política a ser julgada pelo Supremo nos quatro anos de investigação da Operação Lava Jato. O primeiro, o deputado Nelson Meurer (PP-PR), foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No que depender da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a presidente do PT vai engrossar a lista: em manifestações finais na ação, a chefe do Ministério Público Federal pediu a condenação à prisão da petista e o pagamento de uma multa de 4 milhões de reais de indenização pelos danos.
A ação foi liberada para julgamento pelo revisor do processo, o ministro Celso de Mello, na última quinta-feira, 7. Além dele, votarão o futuro da senadora o relator, Edson Fachin, e os ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Se for condenada, mas obtiver ao menos 2 dos 5 votos a seu favor, Gleisi poderá recorrer ao Plenário do Supremo.
Roteiro da propina
No fim de outubro, VEJA revelou com exclusividade um vídeo produzido pela Polícia Federal em que, acompanhado por um investigador, o advogado Antônio Carlos Pieruccini percorreu as ruas de Curitiba para mostrar como fez chegar a Gleisi quatro pacotes de dinheiro derivados do esquema de subornos montado na Petrobras.
No vídeo, o advogado, que era contratado por Alberto Youssef para entregar propina e fez delação premiada, vai com o agente aos locais onde fez as entregas, cada uma de 250.000 reais. Ele conta detalhes sobre o que conversava quando contava o dinheiro da senadora.
O advogado da senadora, Rodrigo Mudrovitsch, diz que o delator mentiu com o único propósito de obter imunidade penal e que confia na absolvição de sua cliente.