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SPTrans anuncia troca de 15 milhões de bilhetes únicos

Prefeitura afirma que bilhetes estejam sendo carregados de maneira fraudulenta. Trocas deverão acontecer "com tempo" para evitar filas e transtornos

Por Da redação
17 fev 2017, 09h01

O secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, anunciou nesta quinta-feira, durante reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, que todos os cartões de bilhetes únicos em poder dos usuários de ônibus, trens e metrô terão de ser trocados por cartões novos.

Ele estima que a troca comece ainda neste ano, após maio, mas garante que o processo será feito “com tempo” para evitar filas e tumultos em postos de atendimento. A estimativa é que a cidade tenha 15 milhões de bilhetes ativos (usados no último ano), mas o total de bilhetes emitidos até hoje, e que podem ter créditos, é da ordem de 30 milhões, ainda de acordo com o secretário.

O motivo é a constatação de que os códigos de segurança dos cartões foram quebrados e que golpistas estão fazendo recargas clandestinas nos cartões. A troca dos bilhetes é para combater as fraudes no sistema.

O secretário explicou que a Prefeitura já havia adquirido, no ano passado, um novo software para administrar o comércio de créditos do bilhete único, mas que o processo de instalação e de testes está atrasado e deve ficar pronto em maio. Quando os sistemas estiverem com sinal verde, terá início a etapa de troca dos cartões, por um modelo com códigos de segurança mais fortes.

“Toda a plataforma tecnológica será trocada por outra. O que a gente pode assegurar é que não haverá uma troca no curto prazo a ponto de gerar filas intermináveis e causar transtorno à população. Isso será ao longo do tempo. A estratégia vai ser elaborada mais para a frente. O software só chega em maio e provavelmente vai ter um período de testes longo”.

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Os técnicos da SPTrans ainda não conseguem estimar o total de valores desviados por meio das fraudes no sistema, que é bilionário – pelo bilhete único, circulam cerca de 18 bilhões de reais por ano. Embora já haja comprovações de que é possível recarregar o cartão com créditos que não vieram da SPTrans, a equipe da Prefeitura não tem como saber, apenas avaliando o sistema, quais os cartões carregados ilegalmente.

A equipe também não consegue responder se, da mesma forma que os clandestinos conseguem criar créditos fantasmas, a série de empresas que trabalham com a venda de créditos também conseguem fazer operações ilegais – carregar bilhetes sem repassar valores à empresa.

Concessão

A troca dos cartões foi divulgada enquanto o prefeito João Doria (PSDB) estava no Oriente Médio, buscando atrair investidores, e colocando a concessão do bilhete único como um dos possíveis negócios. Doria anunciou o banco de dados do bilhete único e a possibilidade de vendas cruzadas.

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O secretário de Desestatização, Wilson Poit, disse na semana passada que a concessão do bilhete teria os bancos como possíveis interessados, primeiro porque os cartões poderiam ampliar a base de clientes das instituições. Segundo que, assim como marcas de roupas, os cartões de ônibus poderiam ter agregados a eles bandeiras de cartões de crédito, por exemplo, e serem usados no comércio regular.

Segundo Avelleda, “se assinarmos o contrato de concessão, a responsabilidade da troca dos cartões será da concessionária”. O secretário afirmou que o investimento na reformulação do sistema já vinha acontecendo, assim ele não vê razão para suspender a ação por causa da possível privatização.

“Encontramos um contrato em execução e praticamente concluído. Não tem porque desprezar todo o investimento feito e não concluir. O concessionário vai decidir se fica com a plataforma nova ou se substitui. Ele poderá encontrar uma plataforma atualizada tecnologicamente e aí avançar”, disse.

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“A licitação para a concessão do bilhete está na fase de estudos. Vamos ter audiência pública. Tem um edital muito complexo para ser publicado, não é uma coisa que se faça de uma semana para outra. Estamos trabalhando para atualizar o sistema e o concessionário ou recebe esse sistema atualizado e faz a troca (de cartões) ou já encontra com os cartões trocados e decide se fica com essa tecnologia ou se atualiza”, concluiu. As falhas do bilhete único, que permitem a recarga fraudulenta, são conhecidas pelo menos desde 2012.

(Com Estadão Conteúdo)

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