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Servidores da Receita acessaram dados de Bolsonaro em datas eleitorais

Segundo o jornal ‘O Estado de S. Paulo’, informações foram buscadas em datas próximas às convenções partidárias, no início do 2º turno e depois da votação

Por Da Redação Atualizado em 6 abr 2019, 20h38 - Publicado em 6 abr 2019, 20h37

Os acessos de dois servidores da Receita Federal a dados fiscais do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares ocorreram em datas importantes do calendário eleitoral no ano passado, segundo declaração feita pelo secretário do órgão, Marcos Cintra, ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Ambos os servidores fizeram vários acessos o ano todo, concentrados em determinados períodos. Está comprovado e está nas mãos da polícia. Nem o secretário da Receita pode entrar e fuçar o que quiser”, afirmou Cintra.

De acordo com a reportagem, foram levantados dados de irmãos e tios do presidente, além do próprio Bolsonaro. Em depoimento à Polícia Federal, um dos servidores investigados, Odilon Alves Filho, disse que fez apenas um acesso e consultou só dados cadastrais, por curiosidade. Ele é irmão da deputada Norma Ayub (DEM-SP).

Logo após detectar por meio de uma sindicância interna os acessos – que, segundo a Receita, não tinham motivação legal -, o órgão abriu um procedimento administrativo para investigar os dois funcionários e determinar punições e encaminhou o caso à PF para investigação.

Cintra disse que será apurado também se houve participação de outras pessoas. “Pedimos à PF que investigue se há ligações externas, se isso faz parte de um plano maior, se tem gente por trás”, afirmou.

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Segundo a reportagem do jornal, o secretário avisou Bolsonaro da sindicância no fim de janeiro e disse que o presidente pediu que fosse dado andamento à investigação “como qualquer outro caso”.

No final da noite de sexta-feira, 5, após a revelação do caso pela Receita Federal, Bolsonaro disse no Twitter que o objetivo dos acessos ilegais era eleitoral. “Procuravam algo para vazar e me incriminar por ocasião da eleição”, escreveu.

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Os acessos aos dados, ainda segundo a reportagem, foram feitos em datas próximas a convenções de partidos, no início do segundo turno e logo depois do resultado das eleições, entre outras. Na quinta-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão, recolheu computadores e ouviu os dois servidores.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, além de Alves, que trabalha em uma delegacia da Receita em Cachoeiro do Itapemirim (ES), é investigado um segundo servidor vinculado à delegacia da Receita Federal de Campinas (SP), que acessou dados na cidade de Sumaré (SP). Os dois servidores teriam agido de forma separada.

 

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