Sequestrador de Washington Olivetto será extraditado para o Chile
Preso desde 2002 no Brasil pelo rapto, ex-guerrilheiro tem duas outras condenações em seu país de origem
O sequestrador e ex-guerrilheiro chileno Maurício Hernandez Norambuena, um dos participantes do rapto do publicitário Washington Olivetto em 2001, será extraditado para o Chile. Condenado a 30 anos de prisão, ele foi preso em 2002 em São Paulo por associação criminosa, tortura e sequestro do empresário. O chileno passou 16 anos em regime de isolamento até ser transferido, no começo deste ano, para a penitenciária de Avaré, no interior paulista.
No Chile, o ex-guerrilheiro acumula duas condenações à prisão perpétua: por ser o mentor intelectual do assassinato do senador Jaime Guzmán e pelo sequestro de Cristian Edwards, herdeiro do jornal El Mercurio, ambos em 1991. O governo chileno pedia a extradição de Norambuena desde que ele foi preso pelo sequestro de Olivetto.
Com a extradição confirmada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), o presidente chileno Sebastián Piñera se comprometeu formalmente a não executar as penas que não estejam previstas na Constituição brasileira – dentre elas, a prisão perpétua e a pena de morte. As informações foram confirmadas pela assessoria do Ministério da Justiça nesta segunda-feira, 19.
Norambuena foi preso no Chile logo após os crimes, na década de 90, mas conseguiu sair do presídio de segurança máxima com a ajuda de um helicóptero. Assim, o chileno chegou ao Brasil, onde sequestrou Olivetto, que passou 53 dias em cativeiro. Na época, quando o criminoso foi preso, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição mas impôs que a pena fosse no máximo de 30 anos, de acordo com a legislação brasileira. O governo chileno não aceitou as condições.