Um grupo com cerca de vinte pessoas sem-terra tentou invadir a fazenda da ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PL-MS) neste domingo, 30, em Terenos (MS). A Polícia Militar foi chamada e eles deixaram a propriedade, mas continuam acampados no chamado “corredor”, nome dado ao entorno entre propriedades no Mato Grosso do Sul. Segundo o advogado Lucas Dieterich Spindola Brenner, que defende um dos irmãos de Teresa, o grupo “adentrou a propriedade da família para pegar madeira”, mas, assim que a PM foi chamada, se retirou.
Batizada de Fazenda Santa Eliza, a propriedade pertence a Tereza Cristina e a outros quatro irmãos — divisão em fase de inventário após a morte da mãe da família, Maria Manoelita. O grupo que invadiu a fazenda não portava bandeiras, camisetas ou bonés do MST. A família ainda não sabe sua procedência e busca identificar os responsáveis para tomar as medidas judiciais. A fazenda tem 1.300 hectares e é totalmente produtiva. Cada irmão utiliza uma parte da propriedade. Tereza Cristina possui confinamento de gado.
O episódio ocorre em meio ao chamado “Abril Vermelho”, no qual o MST promoveu ações relacionadas aos 19 mortos do massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 sem-terra foram mortos pela Polícia Militar do Pará, em 17 de abril de 1996.