Um time de ministros sem filiação partidária ou um padrinho de peso entrou na mira das possíveis mudanças que podem ser feitas na Esplanada dos Ministérios para abrir espaço para o Centrão no governo Lula.
Como mostra reportagem de VEJA desta semana, um fator que ganhou força dentro do governo foi a representação de importantes clãs políticos em pastas estratégicas e de peso eleitoral.
Em busca de espaço no primeiro escalão, os partidos Progressistas e Republicanos inicialmente miraram pastas ocupadas por figuras apartidárias e sem o respaldo de políticos de grande influência local ou nacional, como o Ministério da Saúde, que tem à frente a ex-presidente da Fiocruz Nísia Trindade, e o Ministério do Esporte, chefiado pela ex-jogadora Ana Moser. Lula, no entanto, indicou que vai manter as ministras no cargo.
O xadrez ministerial também envolve nomes considerados técnicos e acadêmicos, como a ministra da Gestão, Esther Dweck, que é professora e economista, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também professor.
A mexida nesses nomes, em tese, seria considerada menos traumática, já que não iria esbarrar em interesses partidários ou acarretar eventuais defecções no Congresso – justamente o que Lula quer evitar.
Contrariando a tendência, um fiel aliado do presidente e figura histórica do PT, o ministro Wellington Dias também tem a cadeira cobiçada pelo Centrão, que visa o Desenvolvimento Social em decorrência do forte peso eleitoral da pasta.
Coordenador da campanha do petista em 2022, Dias afirma se sentir seguro no ministério, mas reforça que todas as mudanças serão decididas pelo presidente. Lula vai se reunir na próxima semana com lideranças partidárias para tentar encontrar uma definição sobre a nova composição ministerial.