Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Se Bolsonaro não apoiar Mandetta, melhor demiti-lo, diz líder de prefeitos

Jonas Donizette avalia que saída do ministro seria 'volta à estaca zero', mas faria presidente assumir responsabilidade por discurso anti-isolamento

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 abr 2020, 14h20
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na semana em que o presidente Jair Bolsonaro mais chegou perto de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas acabou desistindo, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette (PSB), avalia que a saída de Mandetta do cargo em meio à pandemia do coronavírus seria a melhor solução caso o presidente insista em confrontar as medidas apoiadas pelo ministro no combate à Covid-19.

    Embora entenda que a possível demissão representaria “uma perda muito grande” e faria o governo regredir à estaca zero, Donizette, prefeito de Campinas, observa que a escolha de um ministro alinhado faria o presidente ao menos assumir a responsabilidade pelos desdobramentos de seu discurso contrário ao isolamento social mais amplo colocado em prática por estados e municípios.

    “Acho importantíssimo o Mandetta ficar, ele sair seria uma perda muito grande, seria praticamente voltar à estaca zero. Mas acho inócuo ele ficar com a situação que temos hoje. Defendo o ministro, mas desde que ele tenha apoio e autonomia para fazer o trabalho. Do jeito que está, é muito confortável o presidente fazer a crítica, passar pelo bonzinho que queria que abrisse o comércio para as pessoas trabalharem. O monopólio de se preocupar com a economia não é só dele”, diz.

    Jonas Donizette relata ter passado por um “dia de caos” na segunda-feira, 6, quando a saída de Mandetta do Ministério da Saúde foi cogitada com mais força por Bolsonaro. O presidente acabou demovido de demitir o ministro, ao menos por enquanto, após conversas com os ministros da ala militar que têm assento no Palácio do Planalto, os generais Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Walter Braga Netto, da Casa Civil.

    Na manhã desta quarta-feira, 8, Bolsonaro e Mandetta se reuniram no Planalto e a temperatura da crise entre os dois diminuiu ao longo do dia. No entanto, embora o ministro tenha acenado ao chefe, declarando à imprensa que é Bolsonaro quem “comanda o time”, o presidente sequer citou Mandetta no pronunciamento que fez em cadeia nacional de TV, à noite, quando voltou a defender o uso da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 e a criticar veladamente a quarentena nos estados.

    Continua após a publicidade

    Apesar da postura do presidente, o ministro da Saúde mantém a decisão de só deixar o governo se Bolsonaro demiti-lo. Segundo relatos obtidos por VEJA, o ministro disse em uma reunião no Planalto na segunda-feira que só deixa o governo “demitido ou morto”. Em outra conversa tensa com o auxiliar, o presidente afirmou a Luiz Mandetta: “Só toma cuidado com uma coisa. Você vai salvar o pessoal da gripe, mas vai matar o pessoal de fome. Olhe para o que acontece na Venezuela”.

    “Você fica naquele impasse, o administrador não se sente seguro para tomar decisões. A pandemia no Brasil tem duas características: as que têm no resto do mundo, com mortes e paralisação de economia, e mais um componente, que é a falta de coesão entre o presidente, querendo fazer um discurso para agradar uma camada da população, e as demais autoridades”, afirma Donizette.

    Ainda de acordo com o presidente da frente de prefeitos, administradores de cidades médias não têm recebido as informações necessárias pelo governo. “Os prefeitos têm ficado vendidos, sem informações a respeito de necessidade e custeio de leitos de UTI, por exemplo. O governo começou a delinear isso, apontando os estados com mais dificuldades e casos [Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará], mas isso é muito mais pela filosofia do presidente de querer diferenciar o isolamento do que propriamente estratégia de tratamento dos pacientes”, diz.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.