Em 1999, a Ford anunciou planos de instalar uma planta no Rio Grande do Sul. Na época, o governador era o petista Olívio Dutra, o terreno chegou a ser cedido à montadora, mas não houve acordo em relação aos incentivos fiscais. “Essa empresa quer incentivos que as nossas – as empresas brasileiras – não têm. O dia que achar que o Brasil não serve mais, vai embora e nem dá tchau.” Diante do impasse, a Ford se instalou na Bahia — e deu “tchau” há dois anos, fechando a fábrica de Camaçari e deixando milhares de desempregados.
Vinte e cinco anos depois, o terreno onde ficaria a montadora no Rio Grande do Sul foi cedido pelo governo do estado para a Aeromot, fabricante de aeronaves. Na semana passada, o presidente da empresa, Guilherme Cunha, esteve em Brasília para anunciar o seu plano de expansão ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O Brasil possui a segunda maior frota de aviação executiva do mundo e está em um processo de retomada da construção de aeronaves leves.
A unidade gaúcha terá um investimento de mais de 300 milhões de reais e deve gerar 1.500 empregos. A empresa, fundada em 1967, é uma das mais antigas do país em serviços aeronáuticos e pretende tornar o parque de montagens referência para operações em outros estados. A previsão de faturamento é de 500 milhões de reais por ano.