O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que houve uma tentativa de ataque à rede da Corte durante a eleição deste domingo. Segundo ele, a ação foi neutralizada e não provocou nenhum tipo de dano.
Em coletiva de imprensa, Barroso disse que o ataque se deu por meio de um grande volume de acessos simultâneos, uma ação orquestrada com o objetivo de derrubar o sistema.
“Houve uma tentativa de ataque hoje, com grande volume de tentativas de acessos simultâneos. Foi totalmente neutralizada pelo TSE e pelas operadoras de telefonia e, portanto, sem qualquer repercussão sobre o processo de votação”, informou o ministro. Barroso ressaltou ainda que as urnas estão fora da rede e que eventuais ataques cibernéticos “não têm o condão de afetar o processo de votação”.
O TSE investiga um suposto ataque que tenha levado ao vazamento de informações de servidores do tribunal. O presidente da Corte não soube precisar quando a ação teria ocorrido, mas disse ter elementos para acreditar que não seja um evento recente, já que atingiu e-mails em um formato antigo e que já não é mais utilizado e também porque houve um reforço no sistema de defesa com a proximidade das eleições. Esse episódio, portanto, em nada estaria relacionado ao ocorrido neste domingo.
Na coletiva, o presidente do TSE também fez questão de detalhar como funciona o sistema das urnas eletrônicas e de garantir a sua segurança. Barroso disse que no início da votação é impresso um papel com uma demonstração de que não há nenhum voto computado e que, ao fim da votação, é impresso o boletim de votação com o resultado daquela máquina. Esse resultado, continua o ministro, é distribuído aos dirigentes dos partidos, aos fiscais e inclusive é afixado fora do local de votação. Na sequência o dado é enviado do tribunal regional eleitoral da região por uma rede interna e depois encaminhado ao TSE.
“Todos os cuidados possíveis foram tomados e nós temos a expectativa de que não haverá problema. Mas, se acontecer alguma coisa na transmissão, os resultados já estão salvos e resguardados. Evidentemente seria uma chateação, mas não há um risco para o resultado fidedigno das eleições”, afirmou o ministro.
Barroso afirmou ainda estarem em discussão modelos de votação digital que possam substituir as urnas eletrônicas no futuro. Isso porque, ele diz, apesar de o atual modelo funcionar bem e ser confiável, há uma necessidade de reposição constante. A cada dois anos é preciso repor cerca de 20% das urnas, o que significa um custo aproximado de 1 bilhão de reais. “Para minimizar esse custo, estamos tentando um modelo alternativo”, explicou.