Quem é Rogério Galloro, novo chefe da Polícia Federal
Delegado era o mais cotado para assumir a chefia da corporação ano passado, no processo de substituição de Leandro Daiello
Indicado pelo ministro da Segurança Pública Raul Jungmann (PPS) para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Rogério Galloro já esteve perto de assumir a chefia da corporação no ano passado. Ele era o mais cotado para substituir Leandro Daiello e tinha a preferência do ministro da Justiça Torquato Jardim, mas o presidente Michel Temer (MDB) escolheu Fernando Segovia, demitido nesta terça-feira (27) depois de quase três meses no cargo.
Diretor-executivo da PF desde 2013, Galloro era o número dois da hierarquia na gestão de Daiello, que chefiou a PF de janeiro de 2011 a novembro de 2017. Com a indicação de Segovia para diretor-geral da PF, Galloro perdeu espaço e acabou assumindo a chefia da Secretaria Nacional de Justiça, que coordena políticas públicas para migrações, refugiados e classificação indicativa, por exemplo.
Quando ainda se discutia a substituição de Daiello, o nome de Rogério Galloro era o que mais agradava a categoria. Em setembro do ano passado, o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, via a indicação do então diretor-executivo com bons olhos. “A gente espera que consiga retomar o processo de fortalecimento da Polícia Federal e que a não interferência política nas nossas ações seja uma regra a ser observada”, afirmou na ocasião.
O delegado ingressou na PF em agosto de 1995 e atuou em unidades de repressão à drogas, à crimes fazendários e de inteligência policial. Com mais de 22 anos de carreira, já ocupou postos estratégicos na instituição. Entre abril de 2011 e junho de 2013 foi adido da PF nos Estados Unidos — antes, ele havia coordenado o projeto do novo passaporte brasileiro, lançado em 2006.
Galloro também foi superintendente regional em Goiás (de outubro de 2007 a janeiro/2009). O novo diretor-geral ainda coordenou as forças da Polícia Federal na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. Em janeiro, o delegado foi escolhido representante da América do Sul no Comitê Executivo da Interpol.
Segundo currículo divulgado pelo Ministério da Segurança Pública, Galloro foi professor da Academia Nacional de Polícia e tem MBA pela FGV em Gestão de Políticas de Segurança Pública e especialização pela UnB em Relações Internacionais. O novo diretor-geral também foi representante da Polícia Federal junto a ICAO (Organização de Aviação Civil Internacional) e estudou no programa de Segurança Nacional e Internacional da Harvard Kennedy School.
(com Estadão Conteúdo)