– MC Reaça
Tales Volpi, que se apresentava com o nome artístico MC Reaça, suicidou-se aos 25 anos, em Valinhos, São Paulo, no sábado 1º. Durante a última campanha eleitoral, seu funk exaltava Jair Bolsonaro. Grato pelo apoio, o presidente foi às redes sociais para prestar homenagem ao morto: “Tinha o sonho de mudar o país e apostou em meu nome por meio de seu grande talento. Será lembrado pelo dom, pela humildade e por seu amor pelo Brasil”. Revelou-se depois que, antes do suicídio, Volpi espancara uma mulher com quem vinha tendo um caso extraconjugal. Ao que parece, ele julgava, equivocadamente, que a amante estava grávida.
– Alfredo Stroessner
Em fevereiro, ao discursar na cerimônia de posse de dois diretores de Itaipu, Bolsonaro declarou que a usina binacional só foi construída porque “do outro lado” (da fronteira, ou seja, no Paraguai) o presidente era um “homem de visão”, um “estadista” que entendia a importância da energia para o progresso. O “estadista” era Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai de 1954 a 1989. Ao cardápio costumeiro dos ditadores — tortura, repressão, corrupção —, Stroessner acrescentava a pedofilia: violentava regularmente meninas de 10 a 15 anos.
– Augusto Pinochet
Durante sua viagem oficial ao Chile, em março, Bolsonaro evitou falar do ditador que governou o país com mão de ferro de 1973 a 1990. Mas os comentários que ele fez no passado a favor de Pinochet são bem conhecidos, e causaram certo constrangimento ao presidente chileno Sebastián Piñera, que depois da visita elogiou Bolsonaro mas advertiu que as opiniões do brasileiro sobre ditaduras são “infelizes”.
– Carlos Alberto Brilhante Ustra
O coronel que na ditadura militar comandou a tortura no DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, é um herói para Jair Bolsonaro. O presidente já prestou tributo a Ustra em várias ocasiões — a mais célebre delas ao votar, como deputado, pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
Publicado em VEJA de 12 de junho de 2019, edição nº 2638
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