Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

‘Qual problema de ser evangélico?’, diz líder de bancada sobre vaga no STF

Para o deputado federal Cezinha de Madureira, Senado não pode retaliar Bolsonaro e rejeitar nome que vier a ser indicado para o Supremo

Por Rafael Moraes Moura Atualizado em 11 jul 2021, 23h28 - Publicado em 11 jul 2021, 10h19
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Dos atuais 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), oito são católicos — Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski –, dois são judeus — Luís Roberto Barroso e Luiz Fux — e Rosa Weber não revela a religião, mas não é evangélica. Essa realidade deve mudar em breve. O presidente Jair Bolsonaro já avisou a auxiliares que pretende indicar o advogado-geral da União e pastor licenciado da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, André Mendonça, para a vaga que será aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio neste mês. Para o líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), a decisão é do chefe do Executivo e cabe ao Senado confirmar a indicação, qualquer que seja o escolhido. Cezinha, porém, é um dos maiores entusiastas do nome de Mendonça.

    “Essa caneta é exclusiva do presidente. A Constituição lhe dá esse direito (de indicar ministro do STF) e eu acredito que ninguém tem o direito de pressioná-lo”, diz o deputado a VEJA. “Qual o problema de ser evangélico? Evangélico é brasileiro como qualquer outro, a diferença é que tem uma crença em Deus, acredita em Jesus Cristo e na salvação.” A seguir os principais trechos da entrevista em que o parlamentar atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fala da aproximação de seu partido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se definiu como um “fiel soldado” de Bolsonaro — no mês passado, montou na garupa do presidente, em uma motociata, sem usar máscara.

    Por que é importante ter um evangélico como ministro do STF? O STF é a última trincheira dos evangélicos? Nós temos poucas representações no Judiciário em geral, porque não foi trabalhado isso. É óbvio que, quando se trata de um evangélico, vem uma resistência aí pelo tipo de narrativa que se foi colocado. Às vezes, é até pejorativo quando alguém fala assim: “Ah, mas por que tem de ser evangélico?”. Mas qual o problema de ser evangélico? Evangélico é brasileiro como qualquer outro, a diferença é que tem uma crença em Deus, acredita em Jesus Cristo e na salvação. O presidente Jair Bolsonaro enxergou isso. Ele, sendo um homem conservador, de direita, enxergou que é necessária uma representação, não para defender ideologias, mas sim a certeza de que esse grupo está representado na Suprema Corte.

    O senhor teme uma rejeição ao nome de André Mendonça?  O evangélico é conservador. Você pega hoje o STF, independentemente de ter ali, acho você tem dois judeus, oito católicos, todos seguem a Constituição, assim como todo brasileiro segue a Constituição. O Senado deve referendar qualquer nome que o presidente indicar. Essa caneta é exclusiva do presidente, a Constituição lhe dá esse direito e eu acredito que ninguém tem esse direito de pressionar o presidente da República, seja qual for ele, seja Bolsonaro ou qualquer um outro. O presidente decide. Então o que ele decidir, o Senado tem, claro, de apoiar.

    Como é a relação dos evangélicos com o governo Bolsonaro? A relação  sempre foi muito boa com qualquer governo, até porque o evangélico traz paz, salvação, luz onde há trevas.  A esmagadora maioria dos evangélicos possui pensamentos de centro-direita. É óbvio, é notório que, quando você encontra um presidente que acorda falando em Deus, vai dormir falando em Deus, e coloca Deus acima de tudo, ele alegra esse eleitorado. E essa questão de falarem que “a igreja está dividida”, não tá nada.

    Continua após a publicidade

    Os evangélicos estão fechados com Bolsonaro? Estou no PSD. O PSD é independente no Congresso, mas eu sou parte do governo federal. Faço parte do governo. Ajudo o governo, voto pelo governo e faço votos de que o governo dê certo e se reeleja. Sou fiel soldado do governo, do povo brasileiro.

    O senhor inclusive subiu na moto com Bolsonaro em São Paulo em uma dessas motociatas, no mês passado. A convite dele. Ele convidou, eu nunca tinha montado numa moto, mas topei o desafio. Levei até multa do Doria (por não usar máscara), mas tá valendo.

    O senhor já pagou a multa? Deve estar vencendo o prazo de pagar… É que o Doria não defende a igreja. Ele fechou as igrejas. Ele foi o único governador que foi contra tudo. Tanto é que os lockdowns dele não deram efeito. O governador não gosta de crente porque ele fechou as igrejas de São Paulo, foi um dos únicos Estados que fizeram isso.

    Continua após a publicidade

    Quando o sr. vê nas ruas o povo pedindo impeachment e erguendo faixas com a mensagem “Bolsonaro genocida”, fica incomodado? O povo brasileiro vive na democracia, pode falar o que quiser. Nem Jesus Cristo teve a maioria com ele. Ele teve uma parte. Todo mundo tem direito de ir e vir, que inclusive em São Paulo isso foi proibido. Foi uma lástima o que o governador fez. O governo de São Paulo fechou o Estado e quem paga a conta é o governo federal. Proibir as pessoas de exercer o seu direito de ir e vir… Ninguém pode impedir as pessoas de se manifestarem, em todos os governos teve os prós e os contras — e não será diferente neste governo.

    Lula ameaça a reeleição de Bolsonaro?  Nós vivemos em um país democrático. É o povo que vai escolher. A eleição é no ano que vem. Qual governo no mundo que está bem avaliado no meio da pandemia? Nenhum.

    Lula tem conversado com o presidente nacional do seu partido, Gilberto Kassab, para costurar acordos e montar palanques regionais. É uma aliança  possível? O Kassab, se tomar uma decisão dessa, explode o partido. Hoje temos aqui na Câmara e no Senado, a esmagadora maioria, quase 100% do partido vota com o governo. Significa que o governo tá dando certo. Ele sabe o que tá fazendo.

    Continua após a publicidade

    O senhor foi o primeiro deputado federal a revelar que foi infectado pela Covid-19. Foi uma gripezinha?
    Fui o primeiro diagnosticado, em 16 de março de 2020. Não tinha nem protocolo na época. Fiquei com febre alta, comecei a ficar com o corpo ruim. Me recuperei, fica aquela sequela normal do covid que todo mundo fica, que é o cansaço. É normal, mas você vai fazendo aquilo que os médicos vão te orientando, ainda que não são regras, vai recuperando normal.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.