Quaest: Julgamento de Bolsonaro no TSE divide a população
Para 47%, o ex-presidente deve ficar inelegível, enquanto outros 43% acham que ele não deve ser condenado

A população está dividida quanto à condenação de Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em julgamento que pode torná-lo inelegível nesta quinta-feira, 22. Novo recorte da pesquisa Quaest divulgada ontem mostra que a maior parte, 47%, acha que ele deve perder seus direitos políticos, enquanto 43% são contrários a essa decisão. Para os eleitores mais conservadores, no entanto, o ex-presidente seguirá como importante cabo eleitoral, caso não possa concorrer, conforme o levantamento. A Justiça Eleitoral julga se Bolsonaro abusou de seu poder político durante a campanha no ano passado, no episódio em que o ex-capitão atacou o sistema eleitoral em reunião com embaixadores.

A diferença aumenta quando considerados somente os eleitores que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último pleito: nesse recorte, 80% são favoráveis à inelegibilidade de Bolsonaro, enquanto 12% são contrários. Já entre aqueles que optaram pelo ex-capitão nas eleições de 2022, 82% são contrários, e 13% concordam com a condenação.
Entre o grupo que votou branco ou nulo no ano passado, 47% acham que Bolsonaro deve ficar inelegível. Outros 33% discordam dessa sentença.
A pesquisa mostra ainda que, mesmo se perder seus direitos políticos, Bolsonaro seguirá como um importante cabo eleitoral para a parcela da população mais conservadora. E, neste momento, é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mais bem cotado para substituí-lo, conforme o levantamento.
Se considerados todos os participantes da pesquisa, 21% acreditam que Bolsonaro deve apoiar seu ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio, na próxima eleição presidencial. Em seguida vem Michelle Bolsonaro, com 15%, antes de Romeu Zema (Novo, 11%) e Flávio Bolsonaro (PL, 4%). Para 25%, o ex-presidente não deve apoiar nenhum deles.
A amostra do levantamento é composta 39% por eleitores que escolheram Lula no segundo turno nas últimas eleições presidenciais e 37% por eleitores de Bolsonaro na mesma votação, além de outros 20% que votaram nulo, branco ou não votaram.
Já no recorte que considera somente aqueles que votaram em Bolsonaro no segundo turno do ano passado, a vantagem de Tarcísio aumenta: ele é o preferido de 33% como o herdeiro do bolsonarismo, seguido mais uma vez por Michelle (24%), Zema (11%) e Flávio Bolsonaro (5%).
Ainda entre aqueles que votaram pela reeleição de Bolsonaro em 2022, o apoio do ex-presidente em um próximo pleito aumentaria a chance de votar no candidato escolhido para 64% da população. Para 12%, essa chance diminuiria.