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PT perde no Norte após 16 anos, mas mantém hegemonia no Nordeste

Petista Fernando Haddad teve o pior desempenho entre os presidenciáveis menos votados em Sudeste, Centro-Oeste e Sul desde 2002

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 out 2018, 20h52 - Publicado em 29 out 2018, 18h34

Candidato mais votado em quatro das cinco regiões do Brasil, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) quebrou a hegemonia construída pelos presidenciáveis do PT no Norte do país nas quatro eleições presidenciais anteriores. Bolsonaro recebeu 4,2 milhões de votos dos nortistas (51,89% dos votos válidos), contra 3,9 milhões de Fernando Haddad (48,11%). O eleitorado do Nordeste, que também havia dado a maioria de seus votos aos candidatos petistas entre 2002 e 2014, por outro lado, permaneceu fiel ao partido em 2018.

A votação de Haddad nos sete estados do Norte ficou 0,2% abaixo da média do desempenho dos presidenciáveis petistas de 2002 a 2014, enquanto Jair Bolsonaro teve 56,9% mais votos que a média dos adversários do PT nas últimas eleições presidenciais. Estão na região os únicos dois estados em que o petista venceu o pesselista fora do Nordeste: Pará (54,81% a 45,19%) e Tocantins (51,02% a 48,98%).

O melhor resultado de um presidenciável petista no Norte foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, quando ele recebeu 65,59% dos votos válidos na disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB). Da primeira eleição de Lula para cá, o colégio eleitoral da região cresceu 51%, de 7,6 milhões para 11,5 milhões de eleitores.

Após dar 70,5% do total de seus votos válidos a Lula e Dilma Rousseff entre 2002 e 2014, o Nordeste, pelo contrário, manteve-se como cidadela petista. Fernando Haddad teve 20,2 milhões de votos (69,69% dos válidos) na região contra 8,8 milhões (30,31%) do presidente eleito. Quarto melhor desempenho entre os candidatos do PT, o número de Haddad é 14,1% superior à média de Lula e Dilma entre os nordestinos nos pleitos anteriores. De 2002 a 2018, o número de eleitores no Nordeste avançou 26,5%.

No Sudeste, o ex-prefeito de São Paulo recebeu 15 milhões de votos, 34,63% dos votos válidos, menor porcentual entre os candidatos menos votados na região nos quatro pleitos anteriores: José Serra (PSDB) em 2002 (36,99%), Geraldo Alckmin em 2006 (43,13%), Serra em 2010 (48,12%) e Dilma Rousseff em 2014 (43,82%).

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Por outro lado, Bolsonaro, com 28,3 milhões de votos distribuídos entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, teve o melhor desempenho das últimas cinco eleições na região, batendo os 63,01% de Lula em 2002. O eleitorado do Sudeste, que tem os três maiores colégios eleitorais do Brasil, cresceu 26% nos últimos 16 anos, passando de 50,6 milhões para 63,9 milhões de eleitores.

Assim como na região mais populosa do país, Fernando Haddad também perdeu no Sul e no Centro-Oeste com os piores resultados entre os presidenciáveis derrotados nestas regiões entre 2002 e 2014.

Em Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal, o petista recebeu 33,45% dos votos válidos. José Serra teve 42,71% em 2002, Geraldo Alckmin ficou com 47,61% em 2006, Dilma Rousseff recebeu 49,08% em 2010 e 42,58% dos votos válidos em 2014.

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Em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o ex-prefeito de São Paulo terminou a disputa com 31,73%, desempenho inferior aos de Serra em 2002 (41,16%), Lula em 2006 (46,49%), Dilma em 2010 (46,11%) e em 2014 (41,10%).

Com 66,55% dos votos válidos no Centro-Oeste e 68,27% no Sul, Jair Bolsonaro foi o candidato com os melhores resultados nas regiões nas últimas cinco eleições presidenciais.

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