PT paulistano afirma que apresentará candidato próprio na eleição de 2020
Partido, que já governou o município em três gestões, está sem candidato competitivo para o ano que vem. Ex-prefeito Fernando Haddad resiste
A executiva municipal do PT de São Paulo enviou nota à direção nacional do partido reafirmando a disposição de ter candidatura própria à prefeitura da capital paulista nas eleições do ano que vem.
O texto é uma reação a reportagens desde a semana passada que apontam a possibilidade de o partido não ter candidato próprio à Prefeitura de São Paulo pela primeira vez desde que foi fundado, em 1980.
Segundo a nota enviada na terça-feira, 25, o Congresso de Direções Zonais do PT paulistano, realizado nos dias 31 de maio e 1º de junho, deliberou pela realização de caravanas com os pré-candidatos com o objetivo de consolidar uma candidatura própria, “numa frente em aliança contra os golpistas e (Jair) Bolsonaro”.
O PT da capital também pede diálogo com a direção nacional em relação às estratégias para 2020. Na semana passada, o partido fez um balanço preliminar das eleições do ano que vem segundo o qual avalia que deve crescer nas cidades com mais de 200 mil eleitores, mas tem candidaturas competitivas em apenas quatro capitais: Recife, Fortaleza, Rio Branco (AC) e Manaus.
Aliança
Em conversas com lideranças de partidos de centro-esquerda que foram visitá-lo em Curitiba, onde está preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma aliança nacional com PSB, PDT, PCdoB e PSOL na qual o partido que tiver o candidato com mais chances de vitória receberia apoio dos demais.
Na avaliação do PT, os três nomes colocados até agora para a disputa da Prefeitura de São Paulo -Jilmar Tatto, Carlos Zarattini e Paulo Teixeira- têm poucas chances. O partido tentou outros nomes como o do ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que recusou, e da professora Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito Fernando Haddad, que também recusou.
Alguns petistas gostariam de ter o próprio Haddad como candidato, mas o ex-prefeito resiste. Diante do quadro, dirigentes passaram a cogitar apoio ao ex-governador Márcio França (PSB) ou ao líder do Movimento dos Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
Os outros partidos que poderiam compor uma aliança com o PT também têm estratégias próprias. O PCdoB deve lançar candidato (Nádia Campeão ou Orlando Silva) como parte do esforço nacional para vencer a cláusula de barreira. O PDT tenta convencer a deputada Tábata Amaral a disputar a prefeitura.
O PT da capital vai seguir a estratégia de tentar viabilizar um nome competitivo, mas lideranças do partido admitem que a decisão poderá vir de Curitiba.
(com Estadão Conteúdo)