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PSDB prega ‘choque de capitalismo’ com ‘Estado musculoso’ em 2018

Conjunto de propostas tenta unir ideias liberais, como privatizações, com acenos à esquerda, com tributação maior de ricos e ampliação do Bolsa Família

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2017, 20h23 - Publicado em 28 nov 2017, 16h47

O PSDB divulgou na tarde desta terça-feira, em Brasília, a atualização do seu programa partidário para 2018 buscando combinar uma doutrina liberal na economia com políticas sociais à esquerda, O documento batizado de “Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos”, formulado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), dá os primeiros contornos da agenda de país que os tucanos devem levar às urnas nas eleições de 2018, provavelmente representados na campanha pelo atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A legenda cita o ex-governador paulista Mário Covas, o primeiro candidato presidencial do partido, em 1989, para defender um “choque de capitalismo” no Brasil, mas com um Estado que não possa ser considerado “nem máximo, nem mínimo”, porque esse é “um falso dilema”. Para promover o choque, o partido defende “mais mercado”, corte de gastos públicos, cargos e ministérios, reforma da Previdência, ampliação das concessões e privatizações e acordos comerciais mais lucrativos e menos políticos. Na agenda, também estão a cobrança de serviços públicos dos mais ricos e o fim da garantia de estabilidade de servidores.

Combinado com essa proposta liberal e se aproximando do centro, o PSDB espera um Estado “musculoso”, que seja capaz de induzir o crescimento e corrigir as falhas do livre-mercado, que “por si só, não é capaz de assegurar distribuição mais equânime das riquezas produzidas e, assim, superar as desigualdades e a pobreza”. Também estão na mira agências e serviços reguladores de mercado fortes e o financiamento através de impostos progressivos, que cobrem mais dos mais ricos, e o fortalecimento de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Com a divulgação do texto, a legenda afasta a retórica de autocrítica apresentada no mais recente programa partidário e reivindica para si e para o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) os avanços sociais e econômicos das últimas décadas: “A oportunidade é própria também para reconhecer dificuldades, contratempos e insucessos. Mas não nos impede de registrar e comemorar a marcante e decisiva contribuição tucana ao país nestes últimos 30 anos. Se existiram erros, houve muito mais acertos”.

A motivação para o PSDB voltar ao poder e adotar uma nova política, argumenta o ITV, é a má gestão dos governos petistas que sucederam a FHC. “Nosso legado foi exaurido pelo populismo e pela irresponsabilidade dos governos petistas, que terminaram afundando o país na mais profunda e longa recessão da nossa história. Regredimos, empobrecemos e agora, pela primeira vez em 25 anos, o Brasil voltou a registrar a perversa combinação de queda na renda e aumento da concentração de riqueza”.

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Para uma reforma política, o partido volta a defender, como na fundação, em 1988, a adoção do parlamentarismo no Brasil, proposta que tem como um dos seus expoentes mais frequentes o senador José Serra (PSDB-SP). Agora, esta vem combinada com o modelo alemão, de voto distrital misto, no qual eleitores vão às urnas duas vezes: a primeira para escolher um candidato da sua região e a segunda para optar por um partido político de preferência.

Leia aqui a íntegra do documento lançado pelo PSDB:

Leia o manifesto do partido que acompanha as novas diretrizes:

Confiança, esperança e compromisso com o Brasil nos motivam a atualizar as diretrizes fundadoras do PSDB. A oportunidade é própria também para reconhecer dificuldades, contratempos e insucessos. Mas não nos impede de registrar e comemorar a marcante e decisiva contribuição tucana ao país nestes últimos 30 anos. Se existiram erros, houve muito mais acertos.

A renovação dos compromissos públicos do PSDB reforça a disposição que sempre cultivamos: aprender com a história, investir no diálogo e na união, construir consensos, soluções e, sobretudo, trabalhar muito e com energia por um país melhor para todos os brasileiros.

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O PSDB nasceu para mudar o Brasil. E esta permanece sendo a nossa vocação.

Estamos dedicados a servir como instrumento de transformação para fazer valer o intenso desejo que os brasileiros alimentamos de viver num país mais próspero, mais justo, mais ético.

Um Brasil de pleno exercício da cidadania, de fortalecimento da sociedade civil e de respeito incondicional aos valores fundadores da república. De sonhos e de esperanças, de dignidade e respeito. Um país, sobretudo, de oportunidades.

Nosso compromisso continua o mesmo, desde que nascemos longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, desde que nossos governos promoveram o bem-estar e a prosperidade de nossos cidadãos: colocar a gente brasileira em primeiro lugar. Sempre.

Os desafios postos pelo mundo contemporâneo nos cobram coragem e ousadia. Exigem dedicação, criatividade e, acima de tudo, responsabilidade. A hora é de reconstrução.

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Com esta iniciativa, buscamos dialogar com a sociedade, ouvir o povo, compartilhar com os cidadãos nossas diretrizes, ideias e valores, em um debate franco e plural que congregue o maior conjunto de forças possível. Este não é um documento definitivo. É uma proposta aberta, pronta para receber novas e bem-vindas colaborações. É assim que pretendemos, juntos, construir um país mais fraterno, justo e desenvolvido. O Brasil que queremos.

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