Antes mesmo de sair do papel, o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, o 38º de Lula, sofre resistência na Esplanada. Partiu do próprio presidente anunciar, no final de agosto, a criação da pasta como uma solução para abrir espaço para o Centrão. No entanto, deputados do PP e do Republicanos rechaçaram ficar com o órgão em troca do embarque ao governo, e o ministro Márcio França (PSB) teve de ir para o sacrifício, deixando o Ministério de Portos e Aeroportos e sendo alocado na pasta.
A substituição não foi bem recebida. Até o último momento, o partido de França trabalhou para evitar a perda de espaço e demonstrou especial irritação com a fritura ao qual o ministro foi submetido antes de o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos) assumir o seu lugar.
Além disso, foi considerada uma perda de prestígio a indicação França ao Ministério das Micro e Pequenas Empresas. Interlocutores do peessebista ironizaram a proposta e chegaram a dizer que a pasta já levava o diminutivo no nome, evidenciando a puxada de tapete.
Conforme relatos, Lula chegou a pedir ajuda a França para encontrar uma solução. O governo, agora, avalia a possibilidade de alterar o nome do novo ministério, cuja criação deve ser formalizada na próxima semana, e também turbiná-lo com mais atribuições.