O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, decidiu elevar o tom nos ataques a Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de voto e concentra os votos da direita e da centro-direita. A decisão foi tomada após reunião de emergência com aliados do Centrão – bloco político que apoia o tucano – na tarde desta terça-feira, 18, em São Paulo.
Além disso, Alckmin vai reforçar o tom antipetista de sua campanha. A ideia é pregar o voto útil com o argumento de que votar em Bolsonaro significa carimbar o passaporte do PT no segundo turno.
A reunião foi convocada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), coordenador político da campanha de Alckmin, e reuniu dirigentes do PR, PSD, PTB, PRB, SD e PSDB no comitê do programa de governo, nos Jardins, na zona oeste da capital paulista. Entre os participantes estavam Valdemar Costa Neto, do PR, Roberto Freire, do PPS, Guilherme Mussi, do PP, Silvio Torres, do PSDB, e o marqueteiro Lula Guimarães.
No encontro, Alckmin e seus auxiliares apresentaram aos aliados do Centrão as mudanças que serão feitas na estratégia de campanha e tentaram tranquilizar o grupo. Segundo relatos de participantes do encontro, os dirigentes dos partidos da coligação que apoiam Alckmin temem que Bolsonaro possa vencer no primeiro turno ou ir para o segundo com Fernando Haddad (PT). Estagnado nas pesquisas, Alckmin tenta impedir uma debandada do Centrão.
“Não há hipótese de essa eleição acabar no primeiro turno. Esqueça. Essa é a eleição mais pulverizada desde 1989”, disse ACM Neto aos jornalistas, na saída do encontro. Ainda segundo o prefeito de Salvador, o ataque a Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) deixou todos os candidatos em “compasso de análise”.
“Enquanto um dos candidatos lutava pela vida, não era razoável fazer um determinado tipo de enfrentamento político. Mas não iremos, em 7 de outubro, viver uma eleição entre a prisão e uma facada”, disse. “Não podemos deixar de evidenciar as fragilidades da candidatura de Bolsonaro”, concluiu.
Quando questionado sobre as traições de aliados nos estados, o prefeito minimizou. “Isso está acontecendo em todos os partidos, e não só na nossa coligação.”
(Com Estadão Conteúdo)