O ex-vereador carioca Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, de 71 anos, desistiu de concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) nas próximas eleições municipais. Condenado e preso por quase 11 anos acusado de chefiar a maior milícia da Zona Oeste da capital, Jerominho alegou problemas de saúde e abriu mão de concorrer. A informação foi confirmada a VEJA nesta quarta-feira, 8, pela filha dele, Carminha Jerominho, também ex-vereadora e pré-candidata novamente ao cargo pela mesma legenda do pai. Jerominho será substituído pela presidente do PMB, Suêd Haidar Nogueira.
A decisão de Jerominho ocorre quase dois meses depois de o deputado federal Marcelo Freixo também anunciar que não disputaria mais a prefeitura pelo PSOL. Freixo comandou a CPI das Milícias, em 2008, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), quando era deputado estadual. O relatório final pediu o indiciamento de 225 pessoas, entre políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis. Nessa lista, estavam Jerominho, Carminha e o ex-deputado Natalino José Guimarães, irmão do ex-vereador que também ficou preso pelo mesmo crime. Desde então, Freixo passou a andar com seguranças armados.
Nas eleições de 2016, Carminha gravou um vídeo em apoio ao atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentará a reeleição, e desafiou Freixo, então adversário de Crivella no segundo turno daquele ano. “O meu candidato, o candidato do Jerominho, do Natalino e da Carminha é Crivella”, afirmou ela na página “Antigo Campo Grande”, bairro de atuação da Liga da Justiça, nome dado à milícia. Em seguida, atacou Freixo, dizendo que ele estava representando o tráfico de drogas: “Você representa Polegar, Mister M, o legado do Tuchinha”, disparou Carminha referindo-se traficantes conhecidos do Rio de Janeiro.
Em 2018, a família Jerominho declarou voto ao então candidato do PRP ao governo estadual, Anthony Garotinho, que teve o registro de candidatura cassado e não disputou o pleito. Antes de desistir, Jerominho já fazia pré-campanha nas ruas e nas redes sociais. Antes de embarcar no PMB, o ex-vereador foi por duas décadas do PMDB (atual MDB). Carminha sempre disse que o pai e o tio Natalino eram vítimas de perseguição política pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso na Operação Lava Jato. Em 2006, no entanto, o clã era aliado de Cabral e fez aliança ainda com o ex-prefeito Eduardo Paes (hoje DEM e ex-MDB) em suas campanhas. Paes está entre os pré-candidatos novamente à Prefeitura do Rio este ano.