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Pré-candidatos à Presidência se dividem sobre demissão de Parente

Alckmin, Maia, Rocha e Amoêdo elogiam legado do ex-presidente da Petrobras; Ciro, Boulos e Manuela criticam política de preços da estatal

Por Da Redação
Atualizado em 1 jun 2018, 22h52 - Publicado em 1 jun 2018, 18h08

Oito dos onze principais pré-candidatos à Presidência da República se manifestaram nesta sexta-feira, 1, sobre o pedido de demissão apresentado pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente. Quatro deles, todos de partidos de centro e centro-direita, elogiaram o legado da gestão por recuperar as finanças da estatal depois de um ciclo de forte intervencionismo governamental nos preços de combustíveis; outros três, de partidos de centro-esquerda e esquerda, criticaram a política de preços da estatal enquanto Parente esteve no comando da petrolífera.

Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin afirmou, por meio de sua conta no Twitter, que não se deve “desperdiçar” o trabalho de recuperação da estatal. Parente foi ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, entre 1999 e 2002. “Com a saída de Pedro Parente, o importante nesse momento é não desperdiçar o trabalho de recuperação da Petrobras. Precisamos definir uma política de preços de combustíveis que, preservando a empresa, proteja os consumidores”, afirmou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo DEM, declarou a jornalistas que a saída de Parente do cargo é “muito ruim” e que a estatal “perde um quadro com grande qualidade técnica”. “Ele tinha muita credibilidade e estava fazendo um ótimo trabalho. A questão do preço dos combustíveis poderia ter uma saída sem nenhum tipo de intervenção”, declarou.

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O empresário Flávio Rocha, que pretende disputar a Presidência pelo PRB, comparou, em seu perfil no Twitter, a gestão de Parente às de José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, presidentes da Petrobras nos governos Lula e Dilma Rousseff.  “Gabrielli e Graça Foster usaram a Petrobras para conter a inflação e quase quebraram a empresa. Sem falar na corrupção. Parente repassou o alto custo da ineficiência e gerou a revolta dos caminhoneiros. O problema não é a política de preços. É o monopólio”, tuitou o fundador da rede Riachuelo.

Pré-candidato pelo Partido Novo, que busca candidatos de fora dos quadros políticos tradicionais, João Amoêdo também utilizou a rede social para comentar a demissão de Parente. “Esse é o ambiente que temos hoje: a velha política afasta os bons profissionais”, escreveu.

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O senador Alvaro Dias (PR), pré-candidato do Podemos ao Planalto, classificou Parente como “primeira vítima” da greve dos caminhoneiros no governo.

Marina Silva, da Rede, que só se manifestou no Twitter na noite desta sexta-feira, ressaltou que a gestão de Pedro Parente foi “bem avaliada pelo mercado”, mas afirmou que “faltou sensibilidade” ao ex-presidente da Petrobras ao estabelecer a política de preços dos combustíveis. “Você não pode ter uma ação dogmática contra e nem pró-mercado”, tuitou.

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O principal alvo da ex-ministra, no entanto, foi o governo do presidente Michel Temer. “Sua saída reflete também os erros de um governo sem credibilidade que não teve capacidade de compreender a tempo a gravidade da situação. Tudo é feito de afogadilho, ao sabor de circunstâncias, sem planejamento, sem reflexão e principalmente sem legitimidade. A saída de Pedro Parente revela, assim, as dificuldades desse governo apresentar soluções efetivas e sólidas para a crise que vive o país”, escreveu Marina.

Críticas

Entre os pré-candidatos críticos a Parente, o ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, defendeu que a política de preços da Petrobras seja alterada sem “demagogia”. “Não basta demitir o senhor Pedro Parente. É preciso exigir que a política de preços que ele impôs seja trocada. E ela não pode ser trocada por nada de demagogia”, afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais.

“Hoje eles estão transferindo o preço do barril de petróleo, da especulação estrangeira, para dentro do Brasil, quando o custo da Petrobras é muitas vezes menor que o custo do petróleo lá fora”, criticou o pedetista.

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Na mesma linha, o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, do PSOL, publicou em sua conta no Twitter que Parente “já vai tarde” e atacou a política de preços estabelecida pelo agora ex-executivo da estatal. “A desastrosa política de preços da Petrobras e a privatização branca causaram um estrago que o povo brasileiro está sentindo no bolso. Parente já foi, agora falta o Temer!”, tuitou.

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Também por meio da rede social, a deputada estadual do Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila, pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, atribuiu a saída de Parente à “pressão popular”. “Agora é mudar este governo pra Petrobras voltar a estar a serviço do povo”, completou.

Os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Henrique Meirelles (MDB) não se manifestaram publicamente sobre a demissão de Parente até o momento.

(com Estadão Conteúdo)

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