Conforme o segundo turno das eleições vai se aproximando, fica mais clara a diferença de comportamentos de Lula e de Bolsonaro.
Como a coluna mostrou, o petista acertou ao dizer que vai respeitar o resultado das urnas e governar para todos, enquanto o atual presidente fez ameaças contra a democracia, como a ampliação do número de ministros do Supremo.
Em encontro nesta segunda, 10, Lula teve outros acertos importantes que mostram seu apreço pela Estado Democrático de Direito e explicam o motivo pelo qual ele tem conseguido reunir tanta gente diferente (e que pensa de forma até contrária) ao seu redor.
De Geraldo Alckmin a Simone Tebet, incluindo os criadores do Plano Real, o ex-presidente tem juntado personalidades de áreas importantes do país para apoiar um eventual novo governo.
Durante seu discurso, Lula descreveu de forma muito certeira quem é Jair Bolsonaro. “Esse cidadão é anormal, o comportamento dele é anormal. Ele não teve nenhuma formação civilizatória. Ele pensa no Brasil para ele. As Forças Armadas são dele, a Suprema Corte é dele, o Congresso é dele, o país é dele”, declarou o petista de forma assertiva.
E dá até para dizer: “Errado não tá”!
No mesmo evento, o líder das pesquisas de intenção de voto ainda dividiu muito bem a ideia do agronegócio no país. “A gente não pode aceitar que tem homem do agronegócio bom e homem do agronegócio ruim. Não. Tem gente do agronegócio e tem os bandidos. Os bandidos são aqueles que não respeitam a questão ambiental e querem desmatar”, enfatizou Lula.
Mostrando que tem ouvido os conselhos sobre os rumos da campanha nessa reta final da eleição, Lula acatou sugestão da senadora Simone Tebet e pediu que seus apoiadores fossem de branco em ato realizado nesta terça, 11, em Belford Roxo (RJ).
Como mostrou a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o petista não só aceitou o conselho de Tebet como colocou a mão na massa: no flyer do evento, a equipe escreveu “pelo amor e pela paz vamos usar branco”. A ideia seria trocar a cor vermelha que marca a polarização entre o PT e os bolsonaristas.
A 19 dias do segundo turno, Lula abre espaço para conselhos, faz declarações democráticas e faz questão de reafirmar seu respeito às instituições e ao país como um todo. O ex-presidente sabe exatamente como sinalizar que está pronto para voltar a comandar o país.