A bancada do PT anunciou nesta segunda-feira 11 apoio à candidatura de Rodrigo Pacheco, do DEM de Minas Gerais, para presidência do Senado. VEJA apurou que, em troca, o partido ficará com uma secretaria na Mesa Diretora e com duas comissões, a dos Direitos Humanos, que já comanda, e a do Meio Ambiente, considerada estratégica para desgastar a gestão Bolsonaro numa área em que o governo já é alvo de intensas críticas no cenário internacional.
Principal partido de oposição na Casa, o PT tem seis senadores. Sua decisão havia sido tomada há duas semanas, de forma unânime, mas a bancada decidiu negociar por mais tempo com Pacheco. A opção dos petistas representa um revés para o MDB, que tem a maior bancada do Senado e pretende lançar um postulante ao cargo. São quatro os pretendentes emedebistas: Simone Tebet, Eduardo Braga, Fernando Bezerra e Eduardo Gomes. Os petistas usaram justamente essa competição interna para rechaçar uma adesão ao MDB.
Apadrinhado por Davi Alcolumbre, atual presidente do Senado, Pacheco também recebeu o aval informal de Bolsonaro. Ou seja: ele conta com os dois principais adversários da sucessão presidencial de 2018. A VEJA, um senador petista declarou que, embora Pacheco seja do DEM e tenha recebido o apoio do Planalto, pesou a seu favor o fato de ter participado de comissões e da diretoria da OAB de Minas Gerais e de ser um “garantista”, o que, para políticos enrolados com a Justiça, significa um contraponto à Lava-Jato e a outras operações de combate à corrupção. A bancada do Republicados, partido do Zero Um do presidente, Flávio Bolsonaro, também fechou apoio a Pacheco.
Além do espaço político, os petistas defenderam o compromisso de Pacheco com oito pontos. Entre eles: a defesa da vacinação e o fortalecimento do SUS, o debate de medidas que efetivamente promovam a recuperação econômica, a manutenção do auxílio emergencial, a promoção dos direitos humanos, das mulheres e de medidas contrárias ao racismo e a homofobia, a defesa da democracia e o desenvolvimento sustentável.
Pacheco conta com o apoio oficial do DEM, PSD, Republicanos, Pros e PT, que juntos somam 28 senadores. Ele quer atrair ainda, entre outros, os sete senadores do PSDB, de preferência antes de o MDB escolher o seu concorrente. Para conquistar o comando do Senado, são necessários os votos de 41 dos 81 senadores.