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‘Poderiam forjar mensagens’, diz Bolsonaro sobre celular de miliciano

Adriano da Nóbrega teve treze aparelhos apreendidos na operação que resultou em sua morte; presidente cobrou 'perícia isenta'

Por Da Redação Atualizado em 18 fev 2020, 10h01 - Publicado em 18 fev 2020, 09h02

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre a morte do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega. Em postagens em seu perfil oficial no Twitter, Bolsonaro declarou que, “sem uma perícia independente”, as mensagens do celular do miliciano poderiam ser “forjadas” para acusar inocentes. A polícia apreendeu treze aparelhos telefônicos na operação que resultou na morte do ex-capitão do Bope.

“Quem fará a perícia nos telefones do Adriano? Poderiam forjar trocas de mensagens e áudios recebidos? Inocentes seriam acusados do crime?”, postou o presidente.

Bolsonaro também citou reportagem de VEJA que mostrou que a Justiça liberou o Instituto Médico Legal (IML) da obrigação de conservar o corpo de Adriano, o que pode dificultar o trabalho de uma perícia independente, considerada fundamental para esclarecer as circunstâncias da morte.

“A quem interessa não haver uma perícia independente? Sua possível execução foi ‘queima de arquivo’?”, questionou Bolsonaro. O presidente ainda insinuou que o miliciano, líder de um grupo de matadores apelidado de Escritório do Crime, era inocente, ao afirmar que “sem uma perícia isenta os verdadeiros criminosos continuam livres até para acusar inocentes do caso Marielle (Franco)”. Ronnie Lessa, preso acusado de ser o executor da vereadora do PSOL, integrava o Escritório do Crime.

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Próximo da família Bolsonaro, Adriano era considerado peça-chave para o esclarecimento do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. O filho do presidente empregava a mãe e a ex-mulher do miliciano.

No final de semana, Bolsonaro trocou farpas com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), sobre a operação que matou o ex-capitão do Bope, em Esplanada (BA). O presidente afirmou que o miliciano foi vítima de uma “provável execução sumária” e disse que a responsável pela operação “foi a PM da Bahia, do PT”. Em resposta, Rui Costa defendeu a ação policial e disse que a família de Bolsonaro cultiva “laços de amizade” com as milícias.

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“A atuação da PM-BA, sob tutela do governador do Estado, não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária, como apontam peritos consultados pela revista VEJA. É um caso semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel, onde seu partido, o PT, nunca se preocupou em elucidá-lo, muito pelo contrário”, diz a nota divulgada por Bolsonaro em suas redes sociais.

Em sua última edição, reportagem de capa de VEJA trouxe fotos do corpo do ex-capitão que reforçam suspeitas de que ele foi morto com tiros disparados à curta distância – o que contraria a versão oficial da polícia da Bahia, responsáveis pela ação. As imagens também sugerem que, antes de morrer, Adriano da Nóbrega pode ter sofrido violência.

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